A peregrinação de candidatos por templos religiosos em busca de votos pode resultar em penalidades por abuso de poder econômico. Decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) visa acabar com a prática de misturar política com religião, muito comum em períodos eleitorais.
A decisão do TSE foi divulgado no jornal Valor Econômico no mesmo dia em que o senador Ricardo Ferraço (PSDB) anunciou o ex-deputado federal e pastor evangélico Jurandy Loureiro (PHS) como segundo suplente de sua chapa à reeleição. Jurandy afirmou que conta com o apoio de várias congregações religiosas.
Em junho deste ano, ele foi confirmado como candidato ao Senado com o apoio da Convenção das Assembleias de Deus do Espírito Santo (Cadeeso). Não prosperou o projeto, mas o apoio se mantém.
O público evangélico é alvo fácil de políticos, que, por meio do elevado nível de influência de lideranças religiosas, tem possibilidade de ser trabalhado para favorecer determinado candidato em detrimento de outros, mesmo da mesma congregação.
Os ministros do TSE alertaram para os limites que a legislação impõe na hora em que decidirem transformar púlpitos em palanques, em missas e cultos religiosos de outra natureza.
O alerta foi motivado por um post do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), que repetiu uma prática comum de igrejas evangélicas, que é a de “dar a palavra” ao candidato, que aproveita para pedir votos.
No Espírito Santo, entre os candidatos com maior força entre o eleitorado evangélico, se destacam o senador Magno Malta (PR) e sua mulher, a cantora gospel Lauriete, do mesmo partido e candidata a deputada federal. Os dois já circularam por várias igrejas espalhadas pelo Estado.
Também se elege com esses votos Esmael de Almeida (MDB – estadual) e Reginaldo Almeida (PSC-federal), além de pastores e padres, como os deputados estaduais e candidatos à reeleição Padre Honório (PT) e Pastor Mansur (PSDB).
Fonte: Século Diário