O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta 2ª feira (5.dez.2022) que a proximidade com o presidente, Jair Bolsonaro (PL), se deu em razão do alinhamento em pautas econômicas e cristãs, mas que nunca se viu como um “bolsonarista raiz”.
Em entrevista ao canal de notícias CNN Brasil, Tarcísio disse defender valores que considera comuns com a atual gestão federal –citando a “valorização da livre iniciativa, os estímulos ao empreendedorismo” e a posição contrária ao aborto e às drogas. Porém, declarou que não iria aderir a uma “guerra ideológica e cultural” capitaneada pelo atual presidente.
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O futuro chefe do Executivo paulista também se disse contrariado com críticas da base bolsonarista a atitudes recentes, como a homenagem feita pelas redes sociais ao ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho, morto em 15 de novembro, aos 73 anos.
“Eu coloco lá uma mensagem nas redes sociais para confortar a família. Trata-se de um ex-governador do Estado que eu vou governar. E recebo críticas”, afirmou.
Outra ação que repercutiu negativamente entre apoiadores bolsonaristas foi uma foto de Tarcísio ao lado do ministro Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), em evento promovido no final de novembro.
Um dos alvos das declarações de Bolsonaro nos últimos 4 anos, Barroso foi chamado de “criminoso” e “sem caráter”. Ele e outros ministros da Corte também foram hostilizados por manifestantes contrários ao resultado das eleições, em Nova York (Estados Unidos).
Reprodução/Twitter
Foto que circulou nas redes sociais mostra Tarcísio e Barroso sentados lado a lado em evento promovido com magistrados do STF, STJ, TSE e servidores do TCU, em 29 de novembro
“Não vou fazer o que erramos no governo federal de tensionar com Poderes. Vamos conversar com ministros do STF. E Barroso é um ministro preparadíssimo, razoável. Sempre que eu, na condição de ministro, precisei dele, ele ajudou o ministério. Sempre votou a favor das nossas demandas. Mas ‘os caras’ me esculhambaram”, disse Tarcísio.
PEDIU BOLSONARO “FORA DO CASULO”
O governador eleito foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, de janeiro de 2019 a março de 2022. Em discurso feito no dia seguinte à vitória contra Fernando Haddad (PT), em 31 de outubro, Tarcísio disse dever o resultado ao apoio dado pelo presidente durante a campanha.
“Ele me abriu todas as portas. Ele me fez ministro. Ele me deu oportunidade de realizar um trabalho, me incentivou, celebrou cada vitória que nós tivemos no Ministério da Infraestrutura, me lançou na política e me deu todo o apoio em todos os momentos”, afirmou na ocasião.
Nesta 2ª feira (5.dez), Tarcísio voltou a agradecer a Bolsonaro e disse manter contato em viagens à Brasília, mas pediu que o presidente “saia do casulo” e lidere uma “oposição responsável” ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incluindo críticas à articulação pela PEC fura-teto no Congresso Nacional.
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RELAÇÕES COM LULA
Tarcísio se mostrou aberto a se relacionar com o novo governo e priorizou a política de habitação e recuperação financeira das Santas Casas. No entanto, ele comemorou que o Estado de São Paulo “dependa pouco” dos recursos repassados pela União, na sua avaliação.
“É fundamental ter uma conversa com o governo federal. Obviamente, quando for chamado, depois da posse, vou lá sem problema nenhum. E quando entender que preciso recorrer a ele, também”, disse o governador eleito.
Tarcísio diz que nunca foi “bolsonarista raiz” e pede pacificação
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