Desmatamento na Mata Atlântica: Dados de 2024 Revelam Controle Insuficiente
A área total desmatada no bioma da Mata Atlântica apresentou uma queda de 14% em 2024, conforme dados divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No entanto, a perda de matas maduras, que são essenciais pela rica biodiversidade e alto estoque de carbono, teve uma redução de apenas 2%. Essa informação refere-se ao contexto de desmatamento que continua a ser uma preocupação significativa para a conservação ambiental e os serviços ecossistêmicos que sustentam a qualidade de vida da população brasileira.
Os números apontam que a vegetação nativa na Mata Atlântica passou de 14.697 hectares desmatados em 2023 para 14.366 hectares em 2024. Essa informação é alarmante, uma vez que, mesmo com a queda relativa, as emissões de gás carbônico resultantes desse desmatamento equivalem a aproximadamente 6,87 milhões de toneladas de CO2, um volume comparável às emissões anuais do estado do Distrito Federal. O objetivo de alcançar o desmatamento zero permanece distante, destacando a urgência de ações efetivas para a proteção desse bioma crucial.
O diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, reafirma que a expansão da agropecuária em áreas privadas é um dos principais motores desse desmatamento. Em 2024, mais de 70% das áreas desmatadas estavam em terras privadas ou sem registro fundiário formal, evidenciando a necessidade de maior regularização e fiscalização. Para Guedes Pinto, a aplicação rigorosa da legislação ambiental é essencial, pois o desmatamento ilegal ainda é uma realidade predominante.
Além disso, o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) registrou uma queda de 14% no total de alertas, mas também evidenciou que a área média desmatada por evento aumentou, indicando uma concentração em grandes derrubadas. Os estados do Piauí e da Bahia estão na liderança do desmatamento, com 26.030 e 23.218 hectares, respectivamente, segundo o SAD.
Desastres Ambientais e Deslizamentos
Dentre os desafios, os deslizamentos de terra no Rio Grande do Sul, decorrentes de chuvas intensas, contribuíram para o aumento do desmatamento, totalizando 3.307 hectares em 2024. A vulnerabilidade das áreas com alta declividade e solo raso expõe a fragilidade dos ecossistemas frente a eventos climáticos extremos, que também impactam Unidades de Conservação em estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
A Fundação SOS Mata Atlântica continua a divulgar dados através do Atlas da Mata Atlântica, evidenciando a necessidade de um foco ampliado na proteção ambiental e na implementação de políticas públicas que garantam a preservação desse bioma vital para a sociedade brasileira.
Apesar da redução, desmatamento ainda ameaça futuro da Mata Atlântica
Fonte: Agencia Brasil.
Meio Ambiente