No mês de novembro, o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, planeja utilizar a Cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro, como uma oportunidade para discutir mudanças na Organização das Nações Unidas (ONU) e no funcionamento das instituições financeiras internacionais. Durante a sua participação na 37ª Cúpula da União Africana (UA) na Etiópia, Lula defendeu a necessidade de encontrar uma solução para as dívidas acumuladas pelos países pobres.
O presidente brasileiro mencionou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, questionando se essas instituições estão realmente contribuindo para o financiamento do desenvolvimento dos países pobres ou se estão apenas contribuindo para o seu sufocamento. Lula sugeriu a possibilidade de converter as dívidas impagáveis dos países africanos em investimentos para o desenvolvimento do continente, como a construção de infraestruturas, universidades e instituições de pesquisa.
Além disso, Lula expressou preocupações sobre as agências de avaliação da credibilidade dos países e defendeu a necessidade de fiscalizá-las para garantir a imparcialidade de suas avaliações.
A Cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro em novembro, contará com a participação das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e, pela primeira vez, da União Africana. Diante desta oportunidade, o Brasil, que assumiu a presidência rotativa do G20 em 1º de dezembro de 2023, busca fomentar discussões sobre questões cruciais para o desenvolvimento global.
Outro ponto levantado por Lula é a necessidade de reformas na ONU, pois ele acredita que a organização não tem sido eficaz na resolução dos problemas globais. Ele expressou que a estrutura atual do Conselho de Segurança da ONU, composto por cinco membros permanentes com poder de veto, não reflete a atual geografia mundial e, portanto, requer mudanças para garantir uma representação mais equitativa.
Além disso, Lula criticou a falta de ação da ONU diante do conflito na Faixa de Gaza, classificando a ofensiva israelense na região como genocídio. Ele apelou por uma instância de deliberação mais eficaz e por uma atuação mais humanitária por parte da organização.
Em resumo, as declarações de Lula evidenciam a intenção de aproveitar a Cúpula do G20 para promover discussões essenciais sobre o desenvolvimento global, reformas na governança global e uma atuação mais eficiente da ONU em questões humanitárias e de segurança internacional. A participação do Brasil como presidente rotativo do G20 oferece uma plataforma importante para defender essas questões e buscar soluções que promovam o desenvolvimento sustentável e a justiça global.
Em conclusão, o posicionamento de Lula durante a Cúpula da UA e suas declarações sobre a Cúpula do G20 refletem a busca por um diálogo global inclusivo e por uma atuação mais efetiva das instituições internacionais para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Sua atuação como uma voz progressista e comprometida com a equidade e o desenvolvimento tem o potencial de influenciar as agendas globais e promover mudanças significativas para um futuro mais justo e sustentável.