Pai diz que houve negligência da unidade. Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia informou que apura o caso.
A família de uma gestante diz que ela perdeu o bebê por negligência médica na Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia. Segundo os parentes, ela chegou sentido dores na barriga e só foi atendida quatro horas depois. A Secretaria de Saúde da cidade informou que está apurando o fato.
Cleonete Machado, grávida de 38 semanas, e o esposo, Evanilson Santos Souza, chegaram à unidade de saúde às 11h30 de sábado (23). Ela estava sentindo contrações.
“Minha filha estava mexendo normalmente. Pediram para a gente esperar na recepção que iam chamar ela. Quando chamaram ela, já era 15h30 para fazer um exame de toque. Quando chegou viu que tinha algo errado, foi fazer o exame de ultrassom e eu vi que o coração da neném não estava batendo”, disse o pai da criança.
O pai foi informado que a criança morreu por asfixia causada pelo cordão umbilical. Ela já tinha até nome: Nicole. A menina seria a primeira filha do casal. O pré-natal foi feito corretamente, com 12 ultrassonografias, que não apontaram nenhum problema.
“Foi uma gestação perfeita. Esperamos a neném chegar para acontecer isso? Isso foi negligência, não tem como”, disse a avó da criança, Marli Alves dos Santos.
No documento do Serviço de Verificação de Óbito, preenchido com informações da unidade de saúde, consta que a gestante passou pela triagem às 11h35 e foi classificada sem urgência. Às 14h12, por meio de ultrassom, constatou-se que a criança não tinha mais batimentos cardíacos.
Porém, no laudo entregue à família, o médico legista atestou que não foram encontrados sinais de asfixia pelo cordão umbilical. “Ela não morreu asfixiada pelo cordão umbilical. Foi negligência médica, porque ela passou da hora de nascer”, denuncia o pai.
Cleonete teve que passar por uma cesárea para a retirada do bebê. Ela segue internada na Maternidade Marlene Teixeira.
Evanilson também registrou o caso no 1º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia. “Foi uma vida que foi tirada nesse hospital. Eu espero justiça para não ficar em vão a memória dela”, cobrou o pai.
O G1 tentou contato por telefone as 7h50 com a unidade de polícia, mas as ligações não foram atendidas até a publicação da reportagem.
Além de toda a dor, a família ainda enfrenta dificuldades para conseguir enterrar Nicole. Eles ainda não conseguiram pegar o prontuário da Cleonete. A declaração de óbito também foi registrada como se fosse a morte de um feto, morto asfixiado pelo cordão umbilical.
Entretanto, a família quer que seja alterado, para que o bebê possa ter o nome registrado. Com isso, o corpo de Nicole ainda não saiu do Instituo Médico Legal para poder ser enterrado.
Em nota à TV Anhanguera, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia disse que está apurando o caso junto à equipe que estava de plantão na maternidade e deve se pronunciar ainda nesta segunda-feira. Uma assistente social do município também vai acompanhar a família para resolver o problema dos documentos.
Fonte: g1.com