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ESG no modelo de negócio

Os princípios de ESG (do inglês Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança), que já vinham tendo crescente significado no universo corporativo nos últimos anos, tornaram-se fundamentais no cenário da pandemia da covid-19, que escancarou os impactos da negligência ecológica, das desigualdades e dos riscos relativos à gestão temerária das empresas.

Assim, embora os focos de atenção possam variar em função de contingências e mudanças nas dimensões das crises à medida que estas se desenrolam, os investimentos naquelas áreas, que expressam a responsabilidade cidadã das organizações, são hoje prioritários para a sustentabilidade e resiliência dos negócios em médio e em longo prazo.

Assim, as empresas precisam debruçar-se com urgência e comprometimento sobre a questão, envolvendo sua direção executiva, seu Conselho Administrativo e todo o seu quadro de colaboradores.

A lição de casa da vez é encontrar soluções e meios de como efetivamente implementar com eficácia as transformações relativas a ESG. A missão é complexa, pois tal processo implica mudanças nos modelos operacionais, nas dimensões do mundo físico, digital e virtual.

Para esse inadiável exercício, o primeiro conceito a ser entendido e colocado em prática é o que chamamos de capitalismo responsável. Nesse sentido, é necessário realizar due diligence mais profunda e avaliação mais robusta dos investimentos internos e externos, fornecedores e parcerias, no tocante à postura da organização quanto às mudanças climáticas, questões sociais e processos de governança.

Também é importante a democracia participativa, de modo a alinhar e criar sinergia entre as preocupações e expectativas dos funcionários com as decisões, estratégias e ações corporativas, instituindo-se canais de comunicação bidirecionais.

É estratégico ter em mente que os clientes e os próprios colaboradores das empresas as estão responsabilizando por melhorar a diversidade e a inclusão no local de trabalho, impulsionados pelos protestos e clamores em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

Para o necessário planejamento no âmbito do cumprimento da agenda de ESG, deve-se considerar que, neste exato momento de enfrentamento da pandemia, o principal foco das nações e da sociedade está no S, ou seja, no social, pois as desigualdades entre países e a estratificação socioeconômica em cada um deles são os fatores que mais estão impactando questões correlatas, como saúde, emprego, moradia, saneamento básico e educação.

Porém, em médio prazo, as mudanças climáticas e o meio ambiente voltarão a dominar as atenções. Assim, é pertinente considerar como a sustentabilidade, descarbonização e outras iniciativas relacionadas a esses temas podem alinhar-se aos investimentos atuais para resposta à crise.

Também devem ser levados em conta investimentos na promoção dos programas de diversidade e inclusão para que as mudanças aconteçam, abrangendo recrutamento, contratação, igualdade salarial, treinamento, promoções, mentoria, desempenho, desenvolvimento e envolvimento da comunidade. Tudo isso será mais eficaz se acompanhado por um programa de comunicação, ou seja, transparência.

Obviamente, as métricas de ESG, como emissões, diversidade e compensações, precisam ser mensuradas, comunicadas e monitoradas, inclusive para auditorias e para atender às demandas dos investidores. Em todo esse processo, cabe considerar as mudanças geopolíticas, riscos de mercado e de terceiros, ao se trabalhar com parceiros e fornecedores globais, por meio do levantamento de evidências, due diligence e supervisão regulatória.

Os movimentos dos mercados em atendimento às demandas de ESG já são muito claros, como se observa em vários e sintomáticos exemplos: fluxos de recursos para essa área, no primeiro trimestre de 2020, incluindo fundos abertos e negociados em bolsa, disponíveis para investidores nos Estados Unidos; emissão de títulos de sustentabilidade, sociais e verdes (janeiro a abril de 2020); transações de fusões e aquisições de eletricidade renovável; pressão dos acionistas contra diretores cujas empresas não estão agindo com rapidez suficiente nas métricas de ESG; pesquisa com 2.200 norte-americanos mostrou que os consumidores estão mais propensos a comprar de marcas que tratam bem seus funcionários; menções de ESG nas transcrições de resultados; e progressos alcançados em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

Mais do que nunca, é preciso investir no bem. As percepções ligadas aos princípios de ESG evidenciam que as empresas, a partir do enfrentamento de uma das mais graves crises da humanidade e dos anseios da civilização pela sustentabilidade social, econômica e ambiental, têm uma oportunidade história de contribuir de modo significativo para melhorar o mundo.

*André Coutinho é sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul.


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