Em atendimento à solicitação do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM), a Comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa marcou para a próxima terça-feira (11) a oitiva dos vereadores de Itapemirim (sul do Estado) que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidade na gestão do prefeito Thiago Peçanha Lopes (PSDB).
Na última segunda-feira (3), o juiz substituto do município, Romilton Alves Vieira Júnior, negou pedido de liminar do prefeito para cancelar a CPI, que no dia 24 de abril decretou o seu afastamento por 60 dias.
Por esse ato, deveria assumir o cargo o presidente da Câmara, Mariel Delfino Amaro (PCdoB), até a conclusão da investigação. O afastamento, porém, foi derrubado na Justiça. Peçanha Lopes exerce o cargo interinamente desde a cassação do prefeito eleito, Luciano Paiva (Pros), condenado a nove anos de prisão por praticar crimes contra a administração pública.
O prefeito é investigado por supostas fraudes cometidas no repasse de verbas para o Consórcio Intermunicipal de Saúde CIM/Expandida Sul pela prefeitura. No último dia 28, os vereadores da comissão pediram segurança pessoal à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por se sentirem ameaçados.
Nesse mesmo dia, o deputado Theodorico Ferraço denunciou a existência de uma quadrilha no município. Em resposta, Thiago Lopes, em nota, chamou-o de “delinquente político” e disse que iria processá-lo e também os vereadores da CPI.
Em pronunciamento da tribuna da Assembleia, o deputado Theodorico Ferraço exibiu documentos que, segundo ele, comprovam as denúncias e solicitou que os membros fossem ouvidos pela Comissão de Defesa da Cidadania. Ferraço apontou a atuação de uma quadrilha, com prejuízos aos cofres públicos de mais de R$ 4 milhões.
O pedido do deputado foi deferido nesta quinta-feira (6) pelo presidente do colegiado, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD). Também integram a comissão Iriny Lopes (PT), vice-presidente; e Lorenzo Pazolini (sem partido), Adilson Espíndula (PTB) e Raquel Lessa (Pros), membros efetivos.
Thiago Peçanha passou a ser investigado pela CPI em 7 de maio e, caso sejam comprovadas as irregularidades nos repasses da prefeitura para o consórcio, ele poderá ser cassado e perder os direitos políticos por oito anos.
A abertura da CPI para investigar o atual prefeito foi aprovada pelos vereadores Mariel Delfino e Rogério Costa, do PCdoB; Leonardo Fraga (DEM); Joecir Cabral (PP); João Bechara (PV); e Fábio Santos (PSL). Além de Itapemirim, o consórcio atende aos municípios de Anchieta, Alfredo Chaves, Iconha, Piúma, Rio Novo do Sul e Marataízes.
Fonte: Século Diário