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ArtigosChegada da primavera acende alerta para aumento de casos de catapora

Chegada da primavera acende alerta para aumento de casos de catapora

Nem tudo são flores na temporada mais bonita do ano. A transição climática é a fase mais propícia para crescimento de registros de doenças provocadas por vírus e bactérias. “Vacinação é a forma mais eficaz de prevenção”, orienta especialista

Começa no próximo dia 22, a estação mais florida do ano, a primavera. Responsável por deixar as paisagens ainda mais bonitas, a temporada que se estende até o final de outubro, também esconde um vilão: a proliferação de vírus e bactérias, causadores de doenças como roséola, eritema infeccioso, escarlatina e a temida catapora.

Grande vilã da temporada, estudos mostram que no Brasil, entre os meses de setembro e outubro, há um aumento no número de casos de varicela, ou catapora, como é popularmente conhecida. A varicela é causada pelo vírus Varicela-Zoster e considerada uma doença da infância. No Brasil apenas 10% da população com mais de 25 anos de idade não teve a doença.

Entre 2012 a 2017 foram notificados 602.136 casos de varicela, no Brasil, embora, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), não existam dados consistentes sobre a real incidência da doença, porque apenas os casos graves, internados e óbitos são notificados, mas estima-se que ocorram cerca de 3 milhões de casos, em média, todos os anos.

A varicela, costuma apresentar um curso benigno, mas em adultos apresente um maior potencial de letalidade, o qual pode ser até 40 vezes maior do que em crianças. O número de hospitalizações é maior em crianças, por ser mais frequente na população infantil, mas proporcionalmente, os adultos apresentam maior risco de evoluir com complicações, hospitalização e óbito.

Geralmente se manifesta com queixas gerais, como febre, dor de cabeça, mal estar geral e as características lesões de pele que aparecem como uma mácula avermelhada e evoluem para vesículas. Pode-se observar lesões em diferentes fases em todo o corpo. “É muito importante procurar atendimento médico já no início dos sintomas para obter as orientações quanto ao isolamento, cuidados gerais e terapêutica, mas também para a detecção precoce de complicações, que possam ocorrer”, alerta a pediatra, médica do Grupo Sabin, Silvana Fahel.

A especialista explica, ainda, que uma etapa muito importante de cuidado com o paciente é evitar o contágio de outras pessoas. “A catapora é altamente contagiosa. É imprescindível restringir o paciente de locais públicos, até que todas as lesões estejam cicatrizadas, o que pode persistir até duas semanas. Roupas, mãos, toalhas, itens de uso pessoal e objetos que possam estar contaminados, devem ser higienizados constantemente”, reforça.

A vacina varicela zoster é a melhor forma de se evitar a catapora, afirma a Dra. Ana Rosa Santos, infectologista e gerente de imunizações do Grupo Sabin. O esquema de vacinação começa aos 12 meses de vida, com duas doses com intervalo de três meses. “Em situações de risco, como surto em escolas, creches ou domicílio, deve-se realizar a vacina a partir de 9 meses de idade, como um bloqueio. Para todas as crianças que fizerem a vacina precocemente, nessas situações de surto, o esquema vacinal aos 12 meses de duas doses, deverá ser mantido, reforça a médica. Todas as crianças, adolescentes e adultos suscetíveis (que não tiveram catapora) devem ser vacinados e, pode-se também fazer a vacinação pós-exposição, até 72 horas após o primeiro contato com uma pessoa doente”, orienta a especialista.

Os índices da catapora no Brasil

De acordo com análise divulgada pelo Ministério da Saúde, as internações por catapora estão concentradas em crianças de 1 a 4 anos de idade, em crianças com menos de 1 ano e de 5 a 9 anos de idade, respectivamente. Embora o maior número absoluto de hospitalizações seja observado entre crianças, grupo em que se espera o maior número de casos da doença, proporcionalmente, os adultos apresentam maior risco de evoluir com complicações, hospitalização e óbito.

No Brasil, entre 2012 a 2017 foram notificados 602.136 casos de varicela, a região sul notificou o maior número com 199.057 (33 %) dos casos, seguindo a região sudeste com 189.249 (31,4%), enquanto a região norte notificou apenas 40.325 (6,6%).

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