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CidadesMarataízesArquiteta urbanista sugere arborização na obra da Praia Central de Marataízes

Arquiteta urbanista sugere arborização na obra da Praia Central de Marataízes

Arquiteta urbanista sugere arborização na obra da praia central de Marataízes
Arquiteta urbanista sugere arborização na obra da praia central de Marataízes

Em pesquisa ao canal Youtube pude apreciar o Projeto de Reurbanização da Orla de
Marataízes, mediante ao qual me deixou perplexa com muitas indagações e surpresas,
de fato, lamentáveis, o que me fez tomar a iniciativa de reportar ao poder público
importantes considerações, com vistas a promover uma reflexão atinente ao projeto,
ora em curso ,ou mesmo que possibilite orientar tomada de decisões.

PROJETO REURBANIZAÇÃO ORLA DE MARATAÍZES E SUAS CONTROVÉRSIA

Cabe esclarecer, que sou arquiteta urbanista atuando na área de Planejamento
Territorial Urbano há 30 anos. Considero-me, também, filha dessa cidade, que outrora
abrigou um ecossistema ambiental de tal grandeza, que nos permitia considerá-la um
verdadeiro paraíso ecológico. Desde sempre, freqüento a Praia de Marataízes, a
despeito de tantos impactos negativos ocorridos nas últimas décadas.

Sinto-me assim, no dever de expressar minhas considerações relativas ao projeto, seja
como profissional da área, ou mesmo como cidadã conhecedora da realidade local.

Dessa forma, subscrevo, abaixo, argumentos técnicos, copilados de analise mais
consistente, mediante o qual fundamento pleito encaminhado à Prefeitura Municipal.

O referido projeto, ora em curso, ao que me parece apresenta uma concepção equivocada, uma vez que, substancialmente, se propõe a implantar uma intensa estrutura viária, no local onde antes se constituía uma Praça.

Integra ainda, a essa estrutura uma extensa área pavimentada, promovendo assim um amplo leito não permeável de solo.

Essa densa e compacta pavimentação não é contemplada com a implantação de maciços vegetais ou arborização que seja pertinente, o que vem agravar as condições ambientais contribuindo, demasiadamente, para acentuar os níveis de calor nesse dado recorte territorial.

Considera-se ainda que o Plano, à medida que amplia e intensifica o sistema viário promove um impacto de vizinhança, não só no entorno imediato como e, especialmente, no espaço destinado ao lazer, atividade esta incompatível com tráfego gerado pelo trânsito de veículos.

Ainda que a Praça se apresentasse em condições passíveis de uma reestruturação, o fato é que se esperava o resgate de um ambiente natural, integrado ao lazer, com inserção de densa e salutar arborização urbana, que proporcionasse sombreamento, em especial, ao longo do passeio público e ciclovia e por se tratar de uma praça que se descortina para o mar.

Fica evidente que o projeto renega a identidade local, qualificando a Praça de forma a imprimir um desenho inspirado em qualquer outro sítio urbano que não seja a peculiar, intimista e interiorana cidade de Marataízes, atributo este que não deve ser desconsiderado.

Neste sentido, o projeto não observa a condicionante histórico – cultural e, a medida que não prevê a inserção de maciços vegetais, na área objeto de intervenção, também, não atende a componente ambiental .Valores estes previstos na Constituição Federal Art. 186- Inciso I – “proteger bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios … arqueológicos, espeleológicos e paleontológicos”.

Acredito, entretanto, a despeito do projeto estar em fase de execução, não haver impedimento na adoção de medidas mitigadoras de caráter ambiental. Neste sentido, e frente aos argumentos acima elencados, tomei a iniciativa de reportar ao poder público, uma pauta de reivindicações que visam minimizar os conflitos decorrentes da implantação do empreendimento. Pauta esta, validada por certo numero de moradores que conjugam com o pleito pretendido.

Pleito pretendido:

A introdução, ou melhor, intervenção no empreendimento de um Projeto de Paisagismo que possa contemplar:

  • A inclusão de densa arborização urbana, núcleos de maciços vegetais, entre outros componentes paisagísticos;
  • A inclusão ao longo do passeio público/ciclovia de arborização urbana;
  • O resgate da vegetação de restinga na faixa remanescente de areia;

Recomendando ainda, que tal projeto deva introduzir soluções que atenuem o impacto decorrente na interface entre a área destinada ao lazer e o fluxo viário.

Enfim, um conjunto de medidas de caráter ambiental, que possam promover melhor ambiência, como forma de amenizar e tornar o ambiente mais salutar, com vistas a garantir a sustentabilidade do espaço territorial, objeto de intervenção.

Ainda que me oponha à concepção do projeto venho, respeitosamente, parabenizar o poder público pela iniciativa, uma vez que há anos vem sendo objeto de anseio da comunidade local, a realização de um projeto de revitalização urbana da Orla de Marataízes.

Artigo de Carmen Julia B. Noé – Arquiteta Urbanista
Especialista em Planejamento Territorial Urbano – Servidora Publica inativa do Instituto Jones dos Santos Neves-ES

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3 COMMENTS

  1. Obra Politiqueira é assim mesmo, fazem de qualquer jeito, depois a população que sofre as consequencias…
    Esse centro de marataizes sofrerá muitas inundações com chuvas depois dessa obra pronta… não tem pra onde a água da chuva escoar….

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