“Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos”. (Nelson Mandela)
Podemos pedir paz e continuar panfletando a favor da guerra.
Haverá paz se houver quem pacifique.
Pacificamos quando ouvimos o outro, do começo ao fim, sem o condenar antes que profira o último ponto.
Pacificamos quando duvidamos primeiramente de nós mesmos: ouvimos o que achamos ter ouvido? lemos corretamente o que nos pareceu escrito? entendemos o que o outro quis dizer? perguntamos ao outro o que ele pretendeu mostrar?
Pacificamos quando temos a coragem de reconhecer que nos excedemos em nossa indignação, possivelmente justa, quando ousadamente admitimos que não fomos suficientemente claros em nossas afirmações, quando humildemente pedimos perdão pelas frases carregadas de imprecisão e prontas para serem distorcidas.
Pacificamos quando não amplificamos os sons dos tambores do ódio, quando não jogamos gasolina em palavras incandescidas, quando não tiramos a pólvora do barril para lançá-la sobre a terra.
Pacificamos quando contemos nosso desejo por sangue e não nos alegramos em ver alguém, mesmo culpado, sendo queimado na praça.
Pacificamos quando não atacamos, não forçamos a porta, não enganamos e não espalhamos a mentira para anunciar a doutrina em que acreditamos.
Pacificamos quando prezamos a verdade e a maior delas é que devemos amar o próximo quando ele acerta e quando ele erra.
Pacificamos quando evangelicamente procuramos viver no compasso da graça de Jesus, o que convida para o diálogo, o que perdoa, o que vê o coração.
Pacificamos quando oramos pelo que pensa e age diferente de nós.
Pacifiquemos.
“Quão formosos são sobre os montes os pés do que anuncia boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação”. (Isaías 52.7a)
Israel Belo é graduado em Teologia e em Comunicação, pós-graduado em História, mestre em Teologia e doutor em Filosofia.
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