Segundo informações publicadas por Villca Fernández, ex-prisioneiro político do regime Socialista Bolivariano do ditador Nicolás Maduro, e coordenador do grupo “Resistencia Sin Fronteras”, O 4º Tribunal de Terrorismo (sim, os terroristas tem um tribunal para “combater” o terrorismo), chefiado por Máximo Márquez, está se mudando para o SEBIN (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional), para forçar os prisioneiros políticos presos na Operação Gedeón a se declararem “culpados” de crimes que não cometeram.
De acordo com o portal Info24, os presos não tiveram acesso a ampla defesa e o contraditório, que são as bases do devido processo legal, numa clara violação do direito internacional, ou seja, nenhuma novidade para o regime ditatorial do tirano Nicolás Maduro, denunciado na ONU por graves violações cometidas pelas forças de segurança, como assassinatos e violações dos direitos humanos no contexto dos protestos e relatos de torturas e desaparecimentos forçados.
Na última sexta-feira (7), dois militares americanos da reserva, Luke Alexander Denman, 34, e Airan Berry, 41, presos na Venezuela no início de maio, foram condenados a 20 anos de prisão e responderão por “terrorismo, conspiração e tráfico ilegal de armas”.
Pai de brasileiro pode estar entre os presos
O portal de notícias Info24 informou que João Rafael Romero Vianna, filho do Coronel Venezuelano da reserva da Guarda Nacional Bolivariana, Oscar Rafael Perez Romero, que é antichavista, preso ilegalmente em 25/04/2020 pelas Forças Especiais de Maduro, informou que seu pai está encarcerado no DGCIM- (Diretoria Geral de Contra Inteligência Militar) juntamente a outros presos políticos.
Em contato com o jornalista Adriano Barros, do Info24, Rafael fez o seguinte relato:
“O governo fez uma audiência fechada sexta-feira, sem possibilidade de defesa, apenas defensores públicos do governo. Forçaram 30 acusados da Operação Gedeón de admitir sua culpa, apenas os dois americanos admitiram, os 28 venezuelanos negaram a acusação de terrorismo, como não conseguiram (fazê-los confessar), fizeram outra audiência hoje para forçar os 28 de novo.
Não temos notícias se meu pai está entre eles. Um capitão amigo, Antonio Jose Sequea Torres, foi sentenciado a 75 anos de prisão, mesmo não admitindo sua participação na Operação”.
Prisão tem péssimas condições sanitárias
A diretora da coalizão de Direitos Humanos, Tamara Suju, à frente da defesa dos presos políticos, em post no tweet, denuncia as péssimas condições do local onde estes se encontram detidos, com o risco de contaminação pelo Covid-19 inclusive, além de não terem o direito de contatar seus familiares e de realizarem ligações telefônicas, entre outras violações. Tamara responsabiliza Maduro e o Alto Comando Militar para o que possa vir acontecer a estes presos:
#Venezuela. Ellos son algunos d los Presos Politicos del #DGCIM cuyas vidas están en peligro x la presencia del #Covid_19 en el lugar e infección d varios detenidos. NICOLAS MADURO es el Responsable d sus vidas y el Alto Mando Militar, cómplice d lo q pueda pasar a sus compañeros pic.twitter.com/T8JcPaBTIS
— Tamara Suju (@TAMARA_SUJU) August 10, 2020
O papel da imprensa
Rafael salienta que diante da impossibilidade de defesa neste processo, totalmente ilegal, a Advogada da coalizão de Direitos Humanos disse não haver outra ferramenta para utilizar que não seja a divulgação do caso, pois não se sabe quem são estes 28 presos políticos prestes a serem sentenciados de forma extremamente arbitrária. As graves violações no processo já foram denunciadas à Cortes Internacionais, mas até o presente momento não houve decisão sobre o caso.
Com informações, Info24.