Angela Maria Moraes Salazar falou da articulação entre o poder público e a sociedade para a mudança de paradigmas.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo realizou, na manhã desta terça-feira (09/03), a abertura da 17ª Semana Justiça pela Paz em Casa, com transmissão ao vivo pelo canal do TJES no youtube. Em razão da pandemia, o evento foi on line, mas contou com a importante participação da desembargadora do Tribunal de Justiça do Maranhão, Angela Maria Moraes Salazar, que compartilhou suas experiências exitosas no combate e prevenção à violência contra a mulher em seu estado.
Ao abrir a cerimônia, o Supervisor das Varas Criminais, Execuções Penais e Violência Doméstica do TJES, desembargador Fernando Zardini Antonio, deu as boas vindas aos participantes, destacando a importância do evento como uma oportunidade de reflexão sobre as relações sociais e sobre o momento atual, além de seu caráter orientador.
“Continuamos a acreditar que a educação é a base de tudo. O que nos possibilita redirecionar o foco das nossas ações. Tendo certeza do êxito desse evento, damos por aberta a 17ª Semana Justiça pela Paz em Casa. E que possamos vislumbrar novas direções para o nosso caminhar!”.
- – Desembargador Fernando Zardini Antonio – TJES
A juíza Hermínia Azoury, Coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJES, apresentou uma breve trajetória da palestrante, ressaltando que antes de ingressar na magistratura, fez a diferença atuando como delegada de polícia. “É brilhante seu trabalho. Seja como delegada, magistrada e agora como vice-presidente do TRE do Maranhão. Onde quer que você vá, você brilha. Quero te parabenizar e agradecer pela oportunidade dessa palestra. Muito obrigada!”.
Em sua palestra, a desembargadora Angela Maria Moraes Salazar, destacou que apesar de todo o avanço legislativo, com a participação do Brasil em tratados internacionais, as estatísticas de violência contra a mulher continuam assustadoras, e a desigualdade entre os gêneros permanece. “A cultura do machismo e do patriarcado promove estupros, assassinatos de mulheres, violência doméstica e reduz a participação feminina na sociedade.
E seguiu explicando que o combate a violência de gênero é um fenômeno complexo e requer articulação entre organizações publicas e privadas, para desenvolvimento de estratégias e ações conjuntas que garantam os direitos humanos, a responsabilização do agressor e a assistência às mulheres.
“ É necessário que desenvolvamos um novo olhar e políticas de saúde, educação, esporte e cultura, de forma integrada, visando a redução da cultura da intolerância, da exclusão e segregação, já que a violência atinge a família como um todo. A violência de gênero é uma realidade assustadora. É negar às mulheres a essência da própria dignidade humana”.
Foi com esse objetivo, de transformar as atitudes da sociedade em relação a esse tipo de violência, que a Coordenadoria da Mulher do TJMA (CEMULHER), desde 2014, passou a desenvolver diversas projetos e ações de sensibilização, contou a desembargadora.
“Logo no início, nós íamos às 05:30 da manhã aos campos de construção civil para dialogar e sensibilizar os homens. Com o projeto Cine Mulher, exibimos filmes que tratavam da relação de subordinação e violência”.
Também surgiram os projetos “Lei Maria da Penha, caminhos para a reconstrução da cidadania e paz”, que oferece orientação e atendimento psicológico em feiras livres; e o “Violência de Gênero em Debate”, para difundir boas práticas de prevenção na rádio web Justiça do Maranhão.
E ainda, o “Marias em Ação”, para capacitar lideranças femininas e jovens em comunidades vulneráveis; o “Valoriza a Mulher”, para sensibilizar e premiar empresas que contribuam para a prevenção. E, por fim, em 2019, surgiu o “Desperta Maria’, com palestras e atendimentos voltado para o público interno do judiciário: “Sim. Existem juízas, servidoras e colaboradoras estaduais e federais que também são vítimas de violência”.
Para a magistrada, uma das maiores conquistas foi o TJMA ter sido um dos primeiros do país a implementar uma verba específica para viabilizar as ações de enfrentamento à violência contra a mulher. Os materiais estão disponíveis no site do TJMA: http://hsite.tjma.jus.br/mulher/
A abertura da 17ª Semana Justiça pela Paz em casa também contou com a participação da promotora de justiça estadual, Cristiane Esteves Soares, que realiza um trabalho de prevenção e combate por meio do Núcleo de Enfrentamento às violências de gênero em defesa dos direitos das mulheres (NEVID).
Vitória, 09 de março de 2021
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Texto: Tais Valle | tsvalle@tjes.jus.br
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Fonte: Tribunal de Justiça do Espírito Santo – TJES.