A sessão do Tribunal Pleno desta quinta-feira (10) foi marcada por muita emoção em razão da aposentadoria do desembargador Adalto Dias Tristão, após 29 anos de atuação no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). A solenidade reuniu autoridades, familiares e amigos do homenageado no salão pleno do TJES.

O presidente do TJES, desembargador Fabio Clem de Oliveira, enfatizou que a perda do desembargador Adalto como membro do colegiado é algo fora do comum. “Fundado em razões que sintetizarei a seguir, avoco a responsabilidade de afirmar que exatamente o simbolismo desta vitoriosa passagem pelo Pleno deste Tribunal de Justiça é a razão que nos leva, sem incorrermos num paradoxo, a minimizar a perda e a celebrar com alegria a motivação e a energia com que Vossa Excelência vem se preparando para cumprir um novo ciclo na vida”, disse o presidente.

O desembargador Fabio lembrou que tem uma longa relação de amizade com o desembargador Adalto, com quem assinou de forma conjunta, quando era ainda estagiário, sua primeira petição inicial pelo Tribunal do Júri da Comarca de Pancas. “Conviver com Vossa Excelência tanto profissional como socialmente propiciou o início e a construção de uma relação de amizade que se estreitou e se solidificou com o tempo”, ressaltou.

E complementou o presidente do TJES: “o nome de vossa excelência será lembrado ao longo de anos como um dos maiores líderes que passaram por este tribunal de justiça e sua performance como decano desta casa servirá de exemplo para os que o sucederem na tarefa de proferir o primeiro voto nas decisões plenárias, das mais simples às mais complexas, e nas orientações ao colegiado no momento de emitir decisões administrativas e judiciais, procurando fazer com que essas se aproximassem o máximo possível da Justiça que sempre buscam os que necessitam de se socorrer do Judiciário para a solução dos conflitos de interesse de suas vidas”.

Todas as desembargadoras e desembargadores do Tribunal Pleno, bem como a procuradora e o subprocurador do Ministério Público, Luciana Gomes e Josemar Moreira, respetivamente, também fizeram questão de prestar suas homenagens ao desembargador Adalto Tristão, que recordou toda a sua carreira e as pessoas importantes que atravessaram sua trajetória profissional.

Para o homenageado, “julgar é uma das funções mais nobres, mas também árdua, delicada e espinhosa. Com raras exceções, os magistrados são honestos, honrados e dedicados, muitas vezes duros, candentes, até implacáveis, o que esconde um homem sensível, muitas vezes amargurado através da toga”, confidenciou o desembargador, que pensa em advogar ou prestar consultoria no futuro.

Por fim, o desembargador Adalto agradeceu a integrantes da magistratura de primeiro e segundo grau, membros do quadro funcional do TJES, da advocacia, do Ministério Público, da Justiça federal comum, do trabalho, eleitoral, componentes do governo, do parlamento, do Tribunal de Contas, da Polícia Militar e Civil, do corpo de bombeiros.

E despediu, deixando seus votos: “Anseio que os magistrados de primeiro grau de todo o estado, os membros desta Corte e os que aqui chegarem, continuem decidindo com honradez e sabedoria. Portanto, neste momento em que deixo a magistratura, só me resta agradecer a Deus, por ter me possibilitado o exercício de tão nobilitantes funções em minha carreira”, destacou o desembargador Adalto Dias Tristão.

O homenageado

Graduado em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) na turma de 1972, o desembargador Adalto Dias Tristão foi aprovado em primeiro lugar no exame da OAB-ES em 1973, quando passou a atuar como advogado até o ano de 1978. O magistrado também foi taquígrafo do TJES no período em que fazia a graduação.

No ano de 1979, ingressou na magistratura estadual, exercendo suas atividades em diversas Comarcas do estado, como Mucurici, Anchieta, Baixo Guandu, Nova Venécia, Aracruz, Linhares, São Mateus, Iúna, Guarapari, Alfredo Chaves, Iconha, e na Comarca da Capital por 10 anos.

O homenageado foi promovido por merecimento a desembargador do TJES no dia 23 de dezembro de 1993 e, desde janeiro de 2006, preside a 2ª Câmara Criminal. O desembargador Adalto Tristão também presidiu o Tribunal de Justiça no biênio 2004-2005 e o Tribunal Regional Eleitoral no biênio 2002-2003 e, simultaneamente, a 1ª Câmara Criminal. Já no biênio 2000-2001 foi corregedor-geral da Justiça.

Vitória, 10 de novembro de 2022

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