No documento, criança tem duas mães e um pai. Iniciativa do MP foi acatada pelos familiares e pela Justiça. Bebê conviveu 1 ano e 4 meses com a mãe biológica.
Como forma de homenagear a mãe biológica do filho adotivo, um casal aceitou a sugestão do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e manteve o nome dela na certidão da criança, em Orizona, no sul do estado. O pai adotivo de Eduardo Cardoso, hoje com 8 anos, é também tio biológico dele e, junto com a esposa, assumiu a criança desde que a irmã morreu por causa de um câncer no fígado. Com isso, Eduardo tem, no documento, duas mães e um pai.
O pedreiro Márcio Cardoso da Silva, de 35 anos, contou que a irmã e o filho conviveram pouco tempo juntos e que, desde que descobriu a doença, a principal preocupação dela foi garantir que Eduardo recebesse os cuidados e uma boa criação. Segundo ele, as outras quatro filhas dela já eram crescidas e foram morar com o pai, que nunca assumiu ou registrou o caçula.
“Quando ele tinha 1 ano e 2 meses ela começou a sentir muitas dores na barriga. Eles moravam no Pará e vieram para cá para ficar aqui em casa e ela ir ao médico. Logo ela descobriu a doença o médico disse que já estava em estágio terminal. Até fizemos tratamento, mas ela viu que não estava mais dando conta e pediu para criarmos ele”, contou.
Márcio conta que a esposa, a dona de casa Lúcia das Graças Faavreda, de 45 anos, já ajudava a cuidar do Eduardo, mas, assim como ele, não queria deixar de dar esperanças para a cunhada de que ela poderia melhorar e ela mesma cuidar do filho. No entanto, quando o menino tinha 1 ano e 4 meses, ela morreu.
O casal recebeu a guarda temporária da criança e logo correu atrás da adoção, que durou cerca de seis anos para ser oficializada. Durante o processo, o promotor Paulo Penna Prado se sensibilizou com a história e sugeriu que a Justiça autorizasse que, além do nome do casal, o nome da mãe biológica também ficasse no registro.