O deputado federal André Janones (Avante-MG) disse avaliar que a forma com que a esquerda se comunica on-line “não privilegia a democracia”. Nas eleições de 2022, o congressista usa as redes sociais para promover a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele falou em “montar um exército” com “técnicas de guerrilha digital”.
“Cada um [na esquerda] tem o seu assunto, tem a sua pauta, só que isso não está funcionando do ponto de vista eleitoral, porque do lado de lá tem um comandante que fala ‘façam isso’ e todos fazem”, falou, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, publicada nesta 3ª feita (25.out.2022).
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“E é assim que eles estão vencendo essa guerra. O eleitor de Bolsonaro é soldado do Bolsonaro. Ele mata ou morre pelo Bolsonaro”, disse Janones. “Então, eles engajam mais e eu estou tentando contrapor a isso montando um exército, nas minhas redes sociais, no Telegram, para a gente direcionar esses comandos centrais de como agir nessa reta final. Estou dando técnicas de uma guerrilha digital.”
As publicações de Janones estão sob o radar do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, determinou na 2ª feira (24.out) que a Corte eleitoral monitore diariamente os perfis nas redes sociais do deputado –a medida também vale para os perfis do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente.
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Janones criou um grupo no Telegram, aplicativo de mensagens muito usado pela família Bolsonaro. Segundo o deputado, a ação “tem o aval do presidente Lula” e visa “ditar a pauta” ao centralizar os apoiantes do petista. “A gente vai ditar o que o campo progressista vai falar naquele momento, através desse grupo”, disse.
O congressista falou que a campanha do PT tem ouvido o que ele tem a dizer, mas que trabalha principalmente em seus perfis nas redes sociais. Nos de Lula, segundo ele, “ainda é necessário todo esse debate, etc, ter um pouco mais de cuidado”.
Ele exemplificou a importância da rapidez na atuação nas redes sociais: “Eduardo Bolsonaro [deputado pelo PL-SP] colocou as decisões da Justiça tirando o programa de Bolsonaro do ar e escreveu: ‘vocês acham isso justo?’ Eu respondi: ‘acho’, com um joinha. Está explodindo. Percebe que não dá tempo de eu reunir a minha equipe? É rápido, é instantâneo.”
Questionado sobre a estratégia para a última semana de campanha eleitoral, Janones respondeu que seu objetivo é “centralizar os comandos” que serão disparados.
“Agora, qual a pauta exata, aí muda toda hora, entendeu? Não tem como eu te falar, não é nem pela questão de eu estar segurando um segredo, o que vai ser a pauta amanhã. A gente vai acordar e ver o que está sendo pauta, discussão, naquele momento no país e jogar aquilo, entendeu?”, declarou.
Técnicas de “guerrilha digital”, diz Janones sobre redes sociais
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