Consta que existiu um vasto Império Celta que se estendeu da Irlanda para o leste, além do Rio Danúbio até as costas do Mediterrâneo e os picos dos Balcãs. Este Império surgiu na Europa numa idade muito remota. Hoje, poucos voltam sua atenção para essa parte da história envolta em mistério. O erudito britânico, Elias Ashmole, pesquisou registros escondidos dos sacerdotes druidas, uma dinastia de príncipes celtas que governaram a região da Inglaterra por volta de 2500-2000 antes da era cristã. Os celtas originalmente seriam oriundos do norte da África, mais precisamente do Egito. Seu lendário fundador foi o príncipe Goibel (Gael), cujo nome deu origem ao termo Gálico na língua irlandesa/escocesa. O príncipe, segunda a tradição, casara-se com a filha de um faraó egípcio e fora grande amigo de Moisés.
Por quase 5000 anos – da Antiguidade até a Idade Média – a civilização Celta manteve a liderança moral e intelectual da Europa, o que resultou no primeiro alfabeto escrito e no estabelecimento das primeiras imponentes academias de ciências, base das universidades mais antigas do continente Europeu e Americano. Seus comerciantes e embaixadores podiam ser encontrados em todas nações. Seus navios, ocupados com comércio pacífico, circulavam o globo provando os ensinamentos dos seus sábios, por exemplo, de que a Terra seria redonda.
Mas a glória mais preciosa dessa civilização era a Igreja Celta dirigida pelo sacerdote Irlandês – Rei em Tara – que era também a Sede Suprema do Leste da Grande Fraternidade Branca, que alguns dizem ter sido fundada no Egito pelo faraó Akhenaton, o primeiro monoteísta de que se tem registro, e outros apontam para mais longe, como Atlântida e Lemúria.
Quando Roma não era nada mais que um agrupamento de choupana de caçadores às margens do Rio Tibre, esta Igreja proclamava a unidade de Deus. Nos escritos dos historiadores romanistas, por exemplo, podemos inferir que o mais alto apostolado druídico dos caldeus continuou a manter contato com os sacerdotes egípcios. Roma travou guerra contra as colônias da Igreja irlandesa em Cartago, no Norte da África, Espanha, Gália, Grã-Bretanha, Irlanda, Alemanha e em outros lugares.
Desde o encetamento do Imprério Romano no quinto século a.C., os celtas ficaram de prontidão para proteger a Europa contra essa tirania ameaçadora dedicada em escravizar a humanidade e em eliminar toda a fundação daquela sociedade, mais avançada que a romana de então. Empregando força inevitável, exércitos celtas tomaram a ofensiva contra a coisa chamada “autoridade romana”.
Roma e sua Igreja avançaram por meio da intriga, da guerra, fogo e espada, perseguição, tortura, confiscos e morte. Por esses meios, ela ganhou controle e aumento em poder.
Durantes séculos, tal conflito armado não conheceu tréguas nos campos de batalhas, nem nas mentes humanas. O conflito titânico se tornou o que o historiador irlandês/americano, Conor MacDari, declarou ser “o maior e mais prologado conflito da antiguidade”. As nações celtas lutaram heroicamente sabendo que o resultado determinaria a forma da civilização nos anos vindouros, como realmente determinou. Mas, um por um, foram derrotados diante da poderosa máquina da ditadura Romana.
A Irlanda permaneceu intocada pelas falanges romanas, não por respeito a sua cultura e religião. Ocorre que, no século II d.C, os césares estavam mergulhados até o capacete em problemas internos. Na Europa Ocidental, o controle político foi desafiado por tribos germânicas, originalmente contratadas como mercenários para lutar contras os celtas. Na Europa Oriental e na Ásia Menor, os vices-reis imperiais estavam encontrando dificuldades em extinguir a seita que estava se espalhando após a crucificação de Jesus, o Cristo.
A História, por vezes é distorcida com tanta astúcia que poucos de nós percebemos os ajustes sagazes, que, neste caso, Roma foi obrigada a fazer para manter o poder que tinha usurpado sobre os povos da Terra. Para estancar rebeliões, baniu os cultos “pagãos” (do latim paganus, cujo significado é o de uma pessoa que viveu numa aldeia, no interior, um rústico) e criou uma estrutura eclesiástica altamente centralizada, reclamando sua descendência daquele que haviam condenado à execução, na cruz. Sacerdotes romanos de Júpiter e Apolo transformaram-se em “pastores de Jesus”. Seus imperadores, em Papas, com suas espadas sempre afiadas para empunhar na direção de quem lhe resisti-se.
Ainda hoje, muitos imaginam que o símbolo da cruz tenha surgido com o cristianismo, mas cabe ressaltar que muitos povos e religiões já o utilizavam. No mundo antigo, por exemplo, algumas religiões usavam a cruz, tentando expressar a dor dos que sofrem, já que este era um instrumento de punição. Outros, ainda mais antigos, usavam para simbolizar os mistérios da vida na matéria (horizontal) e da evolução da alma (vertical), algo como o material unido ao divino. Para outros, como no Egito, era o símbolo da vida eterna e da evolução no hinduísmo. Claro, cada cultura adaptou o símbolo a sua maneira.
O cristianismo demorou para adotar a cruz dentro de sua liturgia. O suplício na cruz era símbolo da derrota dos rebeldes. Porém, os chamados cristãos primitivos (de primitivos não tinha nada): os Cátaros, os Homens bons, os Albigenses, usavam a Cruz (Cátara) como símbolo e esta não trazia Jesus crucificado, pois isso para eles era uma enorme ofensa, preferiam simbolizar ele ressuscitado. Dizem alguns que estes eram, hereges ou dissidentes, mas não eram, pois eram oriundos dos grupos cristãos originais que fugiram – para a França e outros locais – das perseguições que encontravam em sua terra natal.
Roma continuou as conquistas. Havia arruinado o Império Celta, mas as congregações da Igreja Celta, tomando sustentação dos seus sacerdotes Irlandeses, ainda florescia na Europa Ocidental. MacDari nos lembra que “foi a adoração a Iesa, mais do que qualquer outra religião” que “prevaleceu entre os povos da Europa na época em que a Igreja de Roma começou sua missão de mergulhar o mundo em ignorância para que a humanidade pudesse esquecer todo o passado”. Uma atitude que parece ser recorrente na história do Planeta Terra. Por onde passaram os romanos, consequentemente passaram a borracha na história e cultura locais, assim como fizeram no Egito, destruindo estátuas de Cleopatra e difamando sua memória. Diferentemente do que nos contaram eles, ela fora uma Rainha brilhante, culta e grande estrategista.
Sacerdotes irlandeses e escoceses competiam por almas com os padres romanos, em grande parte do continente. Quando Roma não conseguiu vencer o argumento com a ‘arma’da razão, recorreu mais uma vez ao seu instrumento tradicional de coerção: a espada. Para a Irlanda, despachou, então, seus recém convertidos, os escandinavos, mais conhecidos como daneses. Estes, piratas nômades, estabeleceram as primeiras igrejas bem sucedidas do ritual romano no país, após incinerar os centros irlandeses de conhecimento, incluindo seus registros antigos que provavelmente datavam do êxodo dos celtas da África. Mesmo assim, a despeito da lâmina e tocha, a Igreja Celta sobreviveu em seu país escolhido, por quase dois séculos a mais; até 1172 d.C.
Naquele desventuroso ano, o rei Henrique II, da Inglaterra, agindo sob instrumento do Papa Adriano IV, completou sua invasão vitoriosa: a Irlanda. Como consequência do acordo entre Rei e Papa, a nação Irlandesa foi forçosamente anexada à coroa inglesa. As congregações Celtas da Irlanda remanescentes foram forçosamente incorporadas à Igreja Romana. Mas ramos fortes e sadios da Igreja Celta ainda prosperavam na Terra que Roma queria que o mundo esquecesse. Essa terra – tanto pelo testemunho das crônicas irlandesas quantos pelos registros fortemente guardados do Vaticano – era aquela que chamamos América. Para os colonizadores celtas era conhecida poeticamente como Hy Brasail – Ilha dos Abençoados.
Provas dessa afirmação podem ser encontradas em vários exemplos, em muitos lugares, desses dois continentes ocidentais.
Descoberta pré-histórica na Amazônia
Muito antes que a Cruz Romana fosse transplantada para o nosso litoral das Américas, a Cruz Celta havia sido erguida natural e benignamente pelos caldeus druídicos. Encontramos tradições que resistiram ao tempo desses sacerdotes de vestes brancas, nos registros tribais dos índios da Flórida até a Guatemala.
Seus santuários vão da Torre Redonda de Newport em Rhode Island – uma típica eclésia Celta – até os correspondentes templos circulares do Yucatán e peru, e inclusive no Acre e no Alto Tapajós no Mato grosso. Centros de adoração celta eram quase invariavelmente circulares para demonstrar os ensinamentos dos seus adeptos-evangelistas.
À esquerda Stonehenge na Inglaterra – à direita círculo descobertos no Acre
Segundo Sarah Knapton, do portal The Telegraph, cientistas brasileiros e britânicos que utilizaram drones para capturar imagens aéreas da floresta, no estado do Acre, descobriram na Floresta Amazônica centenas de círculos. No Acre, os cientistas encontraram 450 valas circulares que, durante séculos, permaneceram ocultas sob a cobertura das árvores.

À esquerda no Acre – à direita Stonehenge
Em 2005, pesquisadores descobriram um monumento que chamou a atenção e fez o governo do Amapá comprar os hectares para serem objeto de estudo de arqueólogos a fim de tornar a região uma atração turística. Durante os anos de estudos, arqueólogos descobriram que a área tem urnas funerárias enterradas com restos mortais de índios. As características das esculturas feitas em cerâmica indicaram que a região foi habitada pelo povo Arawak, que tem como descendentes os indígenas da etnia Palikur, que atualmente ocupam a fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa. Ainda há muito para ser descoberto no Brasil, principalmente, na cobiçada região amazônica.

Descoberta Stonehenge no Amapá
A cruz, em suas diferentes formas, era um símbolo religioso respeitado por praticamente todas as centenas de tribos indígenas. É compreensível que muitos índios ficassem confusos quando missionários Católicos e Protestantes fizeram exortações para que eles aceitassem um símbolo que jamais haviam rejeitado (atentem para os relatos dos Jesuítas e conquistadores que iremos abordar posteriormente). O batismo era praticado em todo o México e na América do Sul. Entre os Astecas do México, o rito era chamado de Opacuna – “o banho dos pecados”. Significativamente a palavra irlandesa pacuna quer dizer “os pecados”.
Na América, assim como também na Europa, os missionários celtas explicaram a onisciência de Deus referindo-se ao Sol, cujo calor assegurava a vida e a fertilidade à terra. Praticamente todos os cultos religiosos indígenas invocam este grandioso astro central do nosso sistema solar em suas cerimônias. Como MacDari relata, frequentemente os nomes tribais para esta deidade são nada mais que variantes dos termos celtas pelos quais ele era chamado.
A viagem
Sabemos, através de fontes, os nomes de alguns bispos missionários irlandeses. Incluindo, aquele que muito nos interessa, São Brendan o navegador que zarpou de Kerry em 545 d.C – orientado por sacerdotes a encontrar congregações celtas entre os índios, que alguns acreditam serem os Shawnees da Flórida. Tais fatos são apoiados por eruditos católicos francos que declaram categoricamente que os celtas foram os primeiros emissários de Cristo na América e por tanto os primeiros “descobridores” europeus. Além disso, os primeiros exploradores escandinavos neste hemisfério encontraram missionários que falavam Irlandês trabalhando na terra, identificada hoje como Nova Inglaterra, mas descrita nas crônicas como Grande Irlanda.
Deduz-se que os celtas sabiam a respeito do hemisfério oeste séculos antes de sua saída da Europa e quase 5000 anos antes da viagem de Colombo. Consta que os chamados ‘textos sagrados da pirâmide”, convertidos em manuscritos em aproximadamente 3000 a.C, falam de um território rico e próspero no Atlântico ocidental. Alguns desses textos provavelmente foram transcritos das pirâmides pelos Caldeus que foram os primeiros a se tornarem uma ordem sacerdotal originária da fraternidade egípcia.
No Egito, como muitos sabem, existiam escolas, que hoje conhecemos como escolas de mistérios. Estas eram escolas iniciáticas, que abordavam temas como ciência, medicina, astrologia e astronomia, agricultura, entre outros. É a essa fraternidade a qual nos referimos.
Um paralelo impressionante é que esta região ocidental é chamada nesses escritos egípcios da mesma forma como mais tarde seriam chamadas nas crônicas Irlandesas: “Ilhas dos Abençoados” (Hy Brasil). Detalhe importante é que esses textos falam que as ilhas continham enormes depósitos de ouro.
Um famoso erudito inglês, analisando essa afirmação, concluiu que as expedições vindas do Egito visitavam regularmente a América na tentativa de buscar ouro para a construção dos ornamentos de templos e palácios. Em artigo anterior, falamos sobre as expedições do Rei Salomão que realizadas com esse mesmo propósito. Essa afirmação é apoiada por MacDari que declara que o Ocidente forneceu “ouro e prata” usada pelo Clérigos irlandeses para decorar seus monumentos simbólicos, pirâmides e templos.
Um Papa na sinuca
As reservas financeiras do Papa estavam perigosamente baixas, assim como a participação das doações dos reis católicos na arrecadação estava minguando. Trezentos anos de guerras trouxeram muitas despesas. Durante a última década do século XV, o vassalo monarca da Espanha estava ocupado expulsando judeus e muçulmanos da Península Ibérica – que eram muitas das vezes ‘aliviados’ de seus pertences para que fizessem uma viagem menos complicada.
Uma crise fiscal colocou o Vaticano em grande dilema. Preso pelo impasse estava um Papa que levava o título tocante de Inocêncio VIII, mas que, no entanto, sua inquisição caiu pesadamente sobre os “infiéis” e Cristãos anti-romanistas. A partir dos relatos escritos dos padres irlandeses no Clero romano – afirma um arqueólogo Católico – o Papa Inocêncio tinha conhecimento do eldorado, que o assombrava. Livros de contabilidade do papado também informavam que a diocese da América do Norte na Groenlândia continuava a remeter dízimos até o final do Século XIV.
A riqueza dos continentes ocidentais poderiam devolver a solvibilidade à sede episcopal e ao seu satélite mais fiel: o reino da Espanha. Mas se o segredo secular fosse revelado, o mundo tomaria conhecimentos da Igreja Cristã Celta, com suas doutrinas, que haviam sido declaradas ilegais na Europa. Além disso, o Vaticano provavelmente recebeu informações alarmantes a respeito dos esforços missionários de Ahldains durante o século XV na América pré-colombiana, o último missionário inspirado da Grande Fraternidade Branca. Obviamente os registros a respeito da autenticidade da Terra Prometida não poderia mais ser um arquivo fechado nos escaninhos do Vaticano por muito tempo. Para o embaraço deste, o território proibido estava sendo continuamente avistado por navegadores que caçoavam dos contos sobre horríveis monstros que circulavam justamente para impedi-los de se aventurarem além das fronteiras estabelecidas pela mitologia oficial.
Papa Inocêncio se aborrecia com cada nova “descoberta” que fazia com que mais mentes pensassem e sonhassem. Em todos os lugares, como comenta Duff em suas pesquisas dos Arquivos Espanhóis, europeus cultos estavam comentando sobre “a Grande Terra à Oeste’. Uma enxurrada de novos mapas e globos demonstravam não só a rotundidade da terra mas mencionava o hemisfério ocidental.
Enquanto isso, Portugal observava a inquisição, a supremacia romana espanhola e forçava uma atitude por parte do papa. Navegadores portugueses não só haviam penetrado a África no leste, mas haviam chegado a um comparável vasto subcontinente no lado oeste do Atlântico. Portanto, como já havíamos falado antes, as Américas eram conhecidas por muitos povos muito antes de Colombo plantar a bandeira da Espanha numa praia das Bahamas. Mais especificamente, eram conhecidas e foram colonizadas por pessoas identificadas através de documentos há muito ocultados como desbravadores e colonizadores dos séculos antigos. Sobre a epopeia de Colombo falaremos mais adiante.
“Na contemplação das coisas, se o homem principia com certezas, terminará na dúvida; mas, se ele se contenta em principiar com dúvidas, terminará na certeza.” Francis Bacon
“A expansão portuguesa não foi, nem fruto do acaso, nem um feito pólico da Coroa ou de cortesãos esforçados, antes a missão de uma Ordem iniciática.” Manuel J. Gandra
Continua…
Diários da descoberta da América – Cristóvão Colombo
https://www.vinhosdoalentejo.pt/pt/vinhos/historia-dos-vinhos/
https://super.abril.com.br/historia/circulos-semelhantes-a-stonehenge-sao-encontrados-no-acre/http://shemaysrael.com/as-dez-tribos-perdidas/Índios Tupi-Guarani na pré-história: suas invasões do Brasil e do Paraguay – Moacyr Soares Pereira
Conquista Espiritual feita pelos religiosos da Companhia de Jesus nas Províncias do Paraguai, Paraná, Uruguai e Tape. – Pe. Antônio Ruiz de Montoya
Índios e Jesuitas no tempo das Missões – Maxime Haubert
História do Brasil – 3. Francisco Adolfo de Varnhagen,
Irish Wisdom Preserved In the Bible and Pyramids – Conor Macdari
Scota, Egyptian Queen of the Scots: The legendary royal founder of Scotland revealed – Ralph Ellis
“História Misteriosa de Portugal” de Victor Mendanha, Edições Pergaminho, Lisboa.
“Os Templários na Formação de Portugal” de Paulo Alexandre Loução, Edições Ésquilo, Lisboa.
Revista “O Rosacruz” 3 trimestre – 2000
Revista “O Rosacruz” – 1 trimestre – 2000
“A viagem do Descobrimento” Eduardo Bueno, Editora Objetiva, Rio de Janeiro.
“Teoria Nova da Antiguidade” de Sampaio Bruno, Editora Minerva, Lisboa.
“História Misteriosa de Portugal”de Victor Mendanha, Editora Pergaminho , Lisboa.
“História Secreta de Portugal”de Antonio Telmo, Editora Vega, Lisboa.