Em reunião extraordinária da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado, nesta terça-feira (7), entidades reivindicaram melhorias para os profissionais da área. Em quase três horas de reunião, sindicatos e associações da Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC), Polícia Técnico-Científica e Polícia Penal apresentaram propostas para as categorias, notadamente de valorização salarial.
O pronunciamento da presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Espírito Santo (Sindelpo), Ana Cecília Mangaravite foi nessa direção. A delegada cobrou do governo reconhecimento por meio da melhoria das carreiras dos operadores da segurança pública e destacou o papel da Assembleia Legislativa (Ales) nos últimos quatro anos nos avanços conquistados na área. Tema recorrente na reunião, ela pediu que o Executivo incluísse a recomposição inflacionária no cálculo do reajuste salarial já anunciado.
Representantes de entidades das recém-criadas Polícia Penal e Polícia Científica falaram da perspectiva de regulamentação de ambas as carreiras. Segundo eles, o prazo para elaborar as novas leis, que devem partir do Executivo, já foi ultrapassado. Assim que for elaborada, a proposta passará pelo crivo dos parlamentares.
O baixo número de efetivo foi outro assunto levantado, principalmente por policiais civis e militares. As entidades cobraram a realização de concursos públicos com mais regularidade. Deputados e representantes criticaram o funcionamento do “teleflagrante” implantando pela PC na medida em que houve enxugamento de profissionais nas delegacias, sobretudo no interior.
Paciente terminal
Frente a tantos problemas e desafios na segurança pública, o presidente do colegiado, Delegado Danilo Bahiense (PL), adiantou que os assuntos tratados na reunião serão detalhados nos próximos encontros do colegiado. Bahiense comparou a área a um doente terminal. “Vivemos um tempo, o início de um quadro típico de um paciente terminal”, disse o parlamentar.
“Muitos buscam esquecê-lo, passaram a vê-lo com um fardo, aquele com ideias retrógradas, tornando-o um joguete, enquanto esperam a sua decadência e morte. Ainda há os que sugerem até a eutanásia. Estou poeticamente falando da segurança pública em nosso Brasil”, afirmou.
Na avaliação de Bahiense, que já presidiu a comissão em seu primeiro mandato, o trabalho em favor da segurança pública passa pelo diálogo entre a Assembleia Legislativa (Ales) e demais instituições e poderes, como o governo do Estado, pastas da área, além de Ministério Público e OAB-ES.
Convidado da comissão, o deputado Callegari (PL) lançou mão de analogia parecida e classificou a criminalidade como uma doença na sociedade, situação que deve ser combatida com investimentos, segundo ele. Além disso, defendeu a restauração da ordem e da autoridade do Estado. “Não pode o bandido se sentir dono da autoridade, como está hoje”, opinou.
Acompanhando o encontro, os deputados Pablo Muribeca (Patri) – vice-presidente – Capitão Assumção (PL), Theodorico Ferraço (PP), Coronel Weliton (PTB) assentiram sobre as adversidades atuais no segmento e sobre a necessidade de melhorias para as forças de segurança.
Deliberações
Durante a reunião foi deliberado que o colegiado se reunirá, de modo híbrido, quinzenalmente, às terças, no Plenário Dirceu Cardoso, a partir das 10 horas. Além disso, a comissão aprovou quatro audiências públicas, nos seguintes municípios: Colatina, no dia 30 deste mês; Guaçuí, em 13 de abril; Cachoeiro, dia 11 de maio; e Aracruz em 25 de maio.
Também foi acatada a realização de visitas técnicas a presídios, unidades de internação socioeducativas, batalhões, companhias e destacamento Polícia Militar, delegacias da Polícia Civil, departamentos (DMLs) e serviços médicos legais (SMLs).
Valorização salarial foi um dos principais temas abordados por representantes de associações e sindicatos
Segurança: deputados ouvem reivindicações de entidades
Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
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Segurança: deputados ouvem reivindicações de entidades