O retinoblastoma é um tipo raro de câncer ocular, que atinge 1 a cada 15 mil nascidos vivos no mundo. No Brasil, essa incidência é duas vezes maior, de acordo com o médico oftalmologista Thiago George Cabral Silva. Ele foi o convidado da reunião extraordinária da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Ales), realizada na manhã desta terça-feira (31).
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Como todo problema de saúde, o tratamento do retinoblastoma apresenta melhor resposta quando é diagnosticado precocemente. O especialista explicou que o diagnóstico é feito de maneira simples, por meio do teste do olhinho. O procedimento pode ser realizado nas primeiras horas de vida do recém-nascido. “O teste do olhinho tem a capacidade de detectar qualquer alteração no eixo visual do paciente”.
Além do retinoblastoma, o exame é capaz de detectar a presença de catarata e outros tipos de tumores, além de inflamações, toxoplasmose, opacidades na córnea, glaucoma congênito, entre outros. “É um exame simples, rápido, feito em alguns segundos e tem uma capacidade enorme, epidemiologicamente falando, de evitar doenças gravíssimas”, alertou o convidado.
O exame é feito com um aparelho de baixo custo chamado oftalmoscópio, que lança um feixe de luz nos olhos do paciente. Quando os olhos estão saudáveis, essa luz retorna com um reflexo de cor vermelha. Já naqueles diagnosticados com o retinoblastoma, essa luz aparece com uma cor esbranquiçada.
“Pode ser feito até com uma lanterna, no interior, onde não tiver o oftalmoscópio, faz com uma lanterna e observa como está o fundo do olho, se está vermelho ou não. É muito mais a dificuldade de ter uma política pública de interesse em fazer o exame do que a própria instrumentalização da coisa”, lamentou.
Cura
O médico contou que o retinoblastoma afeta principalmente crianças e que 90% dos pacientes diagnosticados são curados e chegam à idade adulta. O que preocupa o oftalmologista, é que no Brasil, 60% dos diagnósticos são feitos tardiamente, prejudicando a recuperação.
Em casos mais graves o tumor pode afetar os dois olhos, o que torna o problema mais fácil de ser detectado, porém, dificulta o tratamento e a recuperação. “Quando dá nos dois olhos geralmente é genético, o pai e a mãe têm um gene que favorece que o filho vá ter o problema. Em torno de 25% de filhos com pais predeterminados terão a doença”, analisou.
A reunião foi conduzida pelo vice-presidente do colegiado, deputado Dr. Emílio Mameri (PSDB). O parlamentar foi quem indicou o especialista para tratar o assunto e levantou a questão sobre a possibilidade do teste do olhinho ser realizado de forma obrigatória em bebês recém-nascidos, em hospitais e maternidades públicas. O deputado colocou a comissão à disposição do especialista para a elaboração de um projeto de lei nesse caminho.
Em reunião extraordinária, comissão recebeu oftalmologista para falar sobre o retinoblastoma
Saúde aborda diagnóstico precoce de tumor ocular
Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
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