Policiais da Delegacia Antissequestro (Das) prenderam um homem de 40 anos de idade, na última quarta-feira (19), internado no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória. O suspeito foi indiciado pelo latrocínio de um empresário de 47 anos, que aconteceu no dia 11, na localidade conhecida como Pica-Pau, próximo à Rodovia do Contorno, em Cariacica. Durante o desenvolvimento das investigações, a Polícia Civil (PCES) contou com o apoio do Núcleo de Operações e Transportes Aéreos (Notaer), da Casa Militar e da Secretaria da Justiça (Sejus).
Os detalhes da investigação e da prisão foram apresentados em coletiva de imprensa realizada, na tarde da última quinta-feira (20), no auditório da Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
De acordo com o titular da Superintendência da Polícia Especializada (SPE), delegado José Lopes, o suspeito pediu ajuda à vítima, dizendo que não tinha lugar para morar e nem como comer. A vítima o abrigou em uma casa ao lado do seu abatedouro, ajudando ele com emprego, moradia e comida.
No dia do ocorrido, o suspeito contou aos familiares que tinha saído com a vítima para fazer entregas, mas o dono do abatedouro não voltou para casa. Os parentes, preocupados com a vítima que ainda não tinha aparecido em casa, foram até a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica procurar ajuda, pois a vítima ainda estava desaparecida.
“O autor do crime apresentava-se todo molhado, com a roupa rasgada. Entretanto, quando o suspeito chegou à residência da sua ex–esposa, no bairro Nova Rosa da Penha, alegou que, junto com a vítima, teriam sido sequestrados por indivíduos desconhecidos, relatando que teriam sido transportados até uma lagoa da região e obrigado pelos sequestradores a permanecer durante toda a noite dentro d’água, de onde afirma ter saído somente pela manhã, sem fornecer qualquer informação sobre o paradeiro da vítima”, explicou José Lopes.
No último dia 12, uma quarta-feira, ao ser entrevistado na Delegacia Antissequestro, o suspeito apresentou versões contraditórias em seu relato, razão pela qual foi levado pela equipe para indicar pessoalmente os locais em que se deram os fatos.
Com o apoio do Núcleo de Operações e Transportes Aéreos (NOTAer), da Casa Militar, foi realizado um sobrevoo na região do bairro Nova Rosa da Penha e adjacências. “Tínhamos a esperança de encontrar o empresário com vida ainda, mas só conseguimos encontrar o seu veículo, que apresentava diversas manchas de sangue na carroceria, no volante e no interior da cabine. A rua em que se encontrava estacionado é paralela à rua onde se situa a residência da ex–esposa do suspeito, para onde o mesmo se dirigiu na manhã seguinte ao fato”, explicou o piloto do Notaer, delegado Arthur Bogoni.
O empresário foi morto no último dia 11, uma terça-feira, e o corpo foi localizado apenas no domingo (16), na localidade conhecida como Pica-Pau, próximo à Rodovia do Contorno, em Cariacica. Durante as diligências, ao ver que a sua versão estava sendo desmontada, enquanto os policiais entrevistavam seus familiares, o suspeito fugiu, pulando em várias lajes das casas e, apesar das buscas realizadas, não foi possível encontrá-lo.
A equipe da Polícia Civil averiguou que o suspeito que pulou em várias casas caiu da laje de uma delas. Os policiais souberam que ele se machucou e fizeram buscas nos hospitais. Na última quarta-feira (19), foi descoberto que o indivíduo se encontrava internado no Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, pois apresentava fratura no antebraço e extensa lesão na perna esquerda com exposição óssea e tendinosa. O homem tentou fugir, mas não conseguiu. O suspeito segue internado no hospital, com escolta policial.
Ainda no hospital, o suspeito confessou espontaneamente aos policiais da Delegacia Antissequestro ser o autor do crime, tentando fazer crer que se tratasse de homicídio simples, mas já existem elementos nos autos das investigações que indicam a ocorrência de latrocínio, o roubo seguindo de morte, com pena prevista entre 20 e 30 anos de reclusão.
“O suspeito já tinha passagens pelos crimes de furto e roubo, há seis meses tinha saído da prisão e se encontra com medida protetiva, expedida em seu desfavor, em virtude de agressões praticadas contra sua ex-esposa”, disse o superintendente.
Texto: Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi)
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Fonte: Polícia Civil ES – Confira + em PC ES.