Já está à disposição da justiça o suspeito de ter assassinado Claudemir Moreira, no porão, segunda-feira.
A Polícia Civil – PC, sob o comando do delegado, Dr. David Gomes Santana, em Piúma, prendeu na manhã desta quarta-feira, 11, o suposto autor do homicídio cometido contra o catador Claudemir Moreira, 36 anos, assassinado com um tiro na cabeça; na tarde de segunda-feira, 08.
De acordo com o delegado, a vítima foi atraída para o porão onde foi morta e a motivação para o crime foi em decorrência de uma eventual tentativa de estupro que a vítima teria tentado contra a filha do suspeito do crime. “Ele confessou o homicídio e ouvimos testemunhas que também confirmaram ser, o homem preso, autor do crime”, ressaltou o delegado.
A prisão foi efetuada no Centro da Cidade de Piúma, e o suspeito foi conduzido à delegacia, onde foi ouvido e contou os detalhes.
Perguntado o nome do autor do crime, o delegado se recusou a informar por conta da lei que veda a divulgação de nomes de suspeitos de crimes. Entretanto, a Reportagem investigativa descobriu tratar-se de A. M. S, que reside na casa onde fica o porão utilizado para uso de drogas.
Preso em flagrante, A foi levado ao Centro de Detenção Provisória – CDP de Marataízes, onde ficará à disposição da justiça. Convém ressaltar que ele não cometeu o crime sozinho, e a Polícia continua investigando este homicídio ocorrido na segunda-feira, onde inicialmente fora noticiado como sendo o pescador Maciel Fernandes dos Santos, que, segundo informações na noite desta terça já na Igreja Assembleia de Deus, onde seria velado, foi descoberto que o corpo não era de Maciel, e sim Claudemir Moreira.
Um homem bom – Família de Claudemir contesta a suporta motivação
O catador de materiais recicláveis, assassinado na segunda-feira, 08, Claudemir Moreira, que fora confundido com o pescador Maciel, era um homem “que tinha boca e não falava”. Tímido e na dele, tirava a roupa do corpo para doar se fosse preciso, assim a enteada dele o classifica e afirma que, a motivação para o assassinato, jamais teria sido uma tentativa de estupro, pois ela convivia com ele desde os 11 anos de idade e, nunca, faltou com respeito para com ela. Para a enteada, o suspeito preso está mentindo e tentando justificar a crueldade que fez, agora que o padrasto está morto, não poderá contestar a versão.
Joyce Danila Duarte afirmou que Claudemir chegou em Piúma, de volta de Vitória, há cerca de 10 dias, e ele não frequentava o local onde foi assassinado. “Não são dois anos que minha mãe está com Claudemir. Eu tinha 11 anos, eu dormia com ele e com mamãe, quando eu entrava no banheiro ele saia de dentro de casa e ia para o quintal. A gente confiava nele de olhos fechados. Isso não existe. No dia do crime ele tinha acabado de sair do serviço. Não foi segunda, não foi dia nenhum, a gente estava com Demi o tempo todo. Quando ele saía da casa de mamãe ele vinha aqui para baixo, deixava o carrinho cheio aqui e subia para a casa de mamãe. Eu ligava para mamãe e dizia: Mãe, Demi tá subindo agora. Ele nunca olhou para ninguém com olhar de maldade. Ele podia ser tudo, mas ele era um cara bom, respeitador. Ele tirava dele para dar para os outros. Ele saía de dentro do quarto para mamãe mudar roupa. Ele era muito sistemático”, disse a enteada.
Para a família da esposa de Claudemir, está tudo muito estranho. “Ele foi confundido com outra pessoa. A família reconheceu o corpo como sendo Maciel, sendo que era Claudemir, tem alguma coisa errada. Temos de aguardar a investigação completa para saber o que realmente aconteceu. Não foi só uma pessoa. Nós vamos pedir exame da menina para saber se é verdade, porque Claudemir não seria capaz de fazer uma coisa dessas. Podia fazer qualquer coisa, mas isso não”, disse.
Desvendando – a descoberta do verdadeiro morto
A Reportagem desvendou o caso depois de ser informada que o corpo que chegara na Igreja para ser velado era de um presidiário, morto também na segunda-feira, 08, em Cachoeiro de Itapemirim.
Na Igreja os familiares de Maciel não reconheceram o corpo como sendo do pescador, e a Funerária o recolheu e levou ao laboratório, onde o sobrinho de Maciel fora reconhecer através de uma cicatriz no ombro. Mais uma coincidência, o corpo também trazia uma cicatriz no ombro, porém, a tatuagem com o nome de Andreia levou a jornalista a afirmar que se tratava de Claudemir, que estava desaparecido desde a segunda-feira à tarde.
A Jornalista solicitou à enteada de Claudemir, uma foto dele, para que enviasse ao perito da Polícia Civil, para quem periciou o corpo. O dono da funerária ao ver a foto no celular, afirmou que tinha 70 % de certeza de que se tratava do catador e não do pescador Maciel. A partir de então, a jornalista questionou a enteada de Claudemir se ele possuía uma tatuagem no peito, uma vez que, o morto tinha uma tatuagem com o nome de Andreia. Joyce Danila, filha de Andreia, confirmou que o padrasto tinha a tatuagem, mas não o reconheceu na foto enviada.
Entretanto, a camisa amarela com o nome jogador, que Claudemir vestia no dia do crime, e a tatuagem de uma teia de aranha no ombro, fechou o quebra-cabeça. A jornalista tinha certeza de que era o catador, o morto; e não Maciel.
De volta à igreja, com o proprietário da Funerária, atônito com a revelação, a jornalista informou aos familiares de Maciel que o corpo no caixão era de Claudemir Moreira. Uma cena inusitada.
Coube à jornalista fazer a revelação da notícia à família De Claudemir, que estava à procura dele.
O corpo de Claudemir foi recolhido ao Serviço Médico Legal – SML, de Cachoeiro, para exame papiloscópico e será liberado nesta quinta-feira, 12, para sepultamento.
O que diz a Polícia
A Polícia Civil, por meio da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), informa que o corpo havia sido liberado para um familiar da vítima que reconheceu o corpo como sendo do seu irmão, já que o corpo permitia claro reconhecimento visual, entretanto, quando o corpo estava sendo velado, os outros familiares não o reconheceram como sendo seu parente. O corpo foi encaminhado, novamente para o Serviço Médico Legal (SML), de Cachoeiro de Itapemirim, onde foi identificado e será liberado nesta manhã (11), para os devidos familiares. A SPTC esclarece que será realizada uma apuração interna para levantar informações sobre o fato.
O sobrinho do pescador passou mal hoje
Uma crise de ansiedade acabou levando o sobrinho de Maciel Fernandes dos Santos, pescador, Leonardo Santana ao Pronto atendimento médico, nesta quarta-feira, 11, após toda a situação vivenciada com a suposta morte do tio que se encontra, segundo familiares, pescando.
Léo falou na tarde de hoje com o jornal, disse que ainda estão se recuperando da notícia de que não fora o tio que havia sido assassinado. Mas, viver todas as emoções de segunda até a noite desta terça, quando foi revelado que não se tratava do parente dele morto, o fez passar mal. ‘Foi muito difícil para nós. De repente a gente chorava e logo depois a gente não sabia se ria, se agradecia. Foi um misto de muitas emoções. Estamos aliviados pelo meu tio estar vivo, mas triste porque a família do outro chora neste momento”, disse Leonardo.
O que diz a funerária
O proprietário da funerária que preparou o velório contou que nunca tinha visto isso acontecer. Ele explica que “após qualquer situação que precise da Polícia Civil, já começa com a perícia no local. A partir daí, começam os procedimentos de liberação. A família vai até o SML, depois no DPJ (Delegacia). Tudo isso, munido de documentos de identificação, RG, CNH ou carteira de trabalho. E após sair do DPJ, com o ofício, vai para o SML fazer a liberação. O corpo só sai do SML após reconhecimento. Depois de liberado, a funerária leva o corpo para preparação para o velório, e assim foi feito”.
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Fonte: Espírito Santo Notícias – Notícias de Piúma a Cidade das Conchas