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PIÚMA: criança de 4 anos conta à avó e para a professora que foi estuprada, mas, depois de um mês, a menina ainda não fez o exame de corpo e delito

Por medo, a mãe da criança se mudou do bairro onde residia, e onde o tio mora. A menina contou primeiro para sua professora, depois revelou detalhes à avó.

Foto: Conselheira Rosana – A conselheira tutelar disse que a criança não permitiu a realização do exame.

É de cortar o coração, ouvir a avó da menina contar sobre a sua netinha, de 4 anos, que a revelou que foi estuprada pelo tio, enquanto estava deitada, na cama da tia, brincado com o celular. O suspeito teria prometido dinheiro, e depois do ato, disse que não o tinha, a ameaçou se contasse para alguém.
Este caso aconteceu, segundo a avó, que veio ao jornal pedir providências, no dia 22 de abril, deste ano, enquanto a mãe da criança estava trabalhando. Morando no mesmo quintal que o suspeito, o tio ‘emprestado’, da menina reside. A criança estava na casa dele, com os outros dois irmãos, quando ele teria se aproveitado e cometido o crime.
No dia seguinte, a menina foi para a escola e pediu a professora para ir ao banheiro, ao retornar, estava andando de perninhas abertas e dizendo sentir muitas dores na vagina e no ânus. A professora levou o caso à diretora e, juntas, acionaram o Conselho Tutelar.
“A menina foi no dia 23 para a escola. Ela pediu à professora para ir ao banheiro, estava andando de perninhas abertas. Ela voltou do banheiro quase chorando de dor, fez xixi com dor. A tia perguntou, o que havia acontecido. Ai, tá doendo tia, tá doendo, tá doendo, tá doendo… Foi então que acionaram o Conselho Tutelar. A professora ficou horrorizada, assim como o pedagogo, se eles pudessem, teriam verificado na mesma hora”, contou a avó.
A avó disse que, a escola chamou a mãe da criança, e as conselheiras tutelares orientaram procurar a delegacia para registrar o Boletim Unificado – BU. Assim foi feito, no dia 24 de abril. Com o suporte do Conselho Tutelar, a criança e a mãe foram conduzidas à Cachoeiro de Itapemirim para realização do exame de corpo e delito, porém, quando a menina viu o médico, entrou em desespero e disse que não iria tirar a roupa para um homem.
“Fomos à delegacia, eu minha filha e a menina, fizemos o Boletim de Ocorrência e o Conselho levou ao SML, quando chegou, não era uma médica, a menina não aceitou tirar a roupa. Ela falou para mim depois: vó, como eu ia tirar a roupa, era um homem. Amenina está traumatizada”.
A avó, está indignada com o caso que já tem mais de um mês. “Eu não concordo, como uma menina que, aconteceu o que aconteceu, ela ia deixar. Tinha de ser um médico para examinar meninos, e uma médica para meninas. Estou agoniada com esta história”.
A criança contou para a avó, os detalhes, e disse quem tinha praticado o crime. “Foi no quarto, a cama da tia mesmo. Ela costumava ficar com o telefone, neste momento em que ela via desenhos que aconteceu isso. Ela não queria contar porque ele ameaçou bater nela. Ele disse que não tinha dinheiro no dia, mas quando ele recebesse daria o dinheiro”.
A mãe da menina está com muito medo do cunhado que teria cometido o estupro. E tirou as crianças de perto da casa dele. “Como eu vou morar perto de um monstro deste, não tem como. Eu também tenho medo dele. Eu vou trabalhar, eu tenho medo dele fazer algo com a mulher dele, ele já ameaça, sempre ameaçou. Ela comentou com a irmã que queria separar dele, mas tem medo dele matar ela. Antes de acontecer uma tragédia desta, eu quero proteção. Que a polícia tome as providências”.
A avó da criança disse que esta não foi a primeira vez que ele teria praticado abuso, ele teria tentado contra uma irmã dela. “Eu quero providência. A pessoa já aprontou uma vez, primeiro bateu na esposa, minha filha vive sempre roxa e cheia de hematomas, e ele continua com estas agressividades. Minha filha não o denuncia porque ele ameaça”.

CREAS e MP

O caso foi encaminhado pelo Conselho Tutelar ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que está acompanhando a criança, e também ao Ministério Público, bem como a Polícia Civil, mas a menina ainda não passou por exame de corpo e delito para averiguar se houve o estupro praticado pelo tio, que ela aponta.

Escuta qualificada

A reportagem foi à delegacia, nesta quinta-feira, 25, e conversou com o delegado sobre este caso. Dr. Davi Santana frisou que, é muito complicado investigar crimes de abuso sexual contra crianças, uma vez que, é preciso uma escuta qualificada, pois há casos em que a criança é usada para fazer a denúncia por conta da mãe, que muitas das vezes não quer mais o relacionamento com o companheiro. Nestes casos, quem faz a escuta da criança é um psicólogo, que usa linguagem adequada, o que já vem ocorrendo no Creas. Sobre o exame de corpo e delito, ele disse que vai solicitar que uma médica atenda a criança, havendo constatação, ele tomará todas as medidas cabíveis.

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Fonte: Espírito Santo Notícias – Notícias de Piúma a Cidade das Conchas

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