O caso gerou revolta em moradores do condomínio Otílio Roncetti, que incendiaram o veículo do casal, arrombaram e vandalizaram o apartamento
A mãe e o padrasto de Luiz Gustavo dos Santos Morais, 9 anos, foram presos, suspeitos de envolvimento na morte do garoto, por asfixia, há três semanas, no apartamento da família. Os mandados de prisão, por homicídio, contra Tamires dos Santos Fonseca, 31 anos, e Giuliano Souza Ribeiro, de 46 anos de idade, foram cumpridos pela Polícia Civil na manhã de hoje (7), na zona rural de Vargem Alta, numa propriedade rural no distrito de Guiomar, onde passaram a residir após o crime.
Segundo a Polícia, os suspeitos tentaram caracterizar a morte do garoto como suicídio. No entanto, conflitos nos depoimentos, que foram alterados diversas vezes, e ferimentos no corpo de Luiz Gustavo, compatíveis com agressões antes da morte impediram que a versão prosperasse.
O menino foi levado pelo padrasto, em condições críticas, até a Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Marbrasa, em Cachoeiro, em 16 de outubro. O homem alegava que o enteado teria tentado se suicidar no banheiro do apartamento localizado no Condomínio Otílio Ronceti, Bairro Gilson Carone. No imóvel além dos dois, moravam a mãe do garoto e um bebê, de 1 ano.
A VERSÃO
Segundo relatos do padrasto e da mãe, a criança, após ser repreendido por eles ‘em decorrência de bagunça’, havia entrado no banheiro e lá permanecido por longo tempo, o que causou estranheza, motivo pelo qual resolveram abrir a porta do cômodo, e se depararam com a criança enforcada com um cinto fixado na barra de inox existente no local.
Ainda segundo os relatos, rapidamente Luiz Gustavo foi socorrido por Giuliano que contou com a colaboração de vizinhos para tentar reanimá-lo e levá-lo para o UPA mais próximo, no entanto, sem sucesso, uma vez que já chegou ao hospital morto.
O caso gerou revolta em moradores do condomínio Otílio Roncetti, que incendiaram o veículo do casal, arrombaram o apartamento e promoveram vandalismo e furtos. Havia suspeita de que o garoto pudesse ter sido estuprado, o que não se confirmou por exames visuais. A Polícia aguarda resultado de exame laboratorial mais específico.
CONTRADIÇÕES
No dia do crime, tanto Giuliano quanto Tamires foram prestaram depoimento. Segundo a Polícia, apresentaram versão ensaiada, mas com inúmeras incongruências. Só não foi possível a lavratura de prisão em flagrante, em decorrência da inexistência de laudo cadavérico no momento para subsidiar a autuação.
Durante a investigação, outras testemunhas foram ouvidas. Os suspeitos também prestaram novo depoimento, também divergentes, que foram determinantes para confirmar o resultado verificado no laudo cadavérico, que apontava para a prática de estrangulamento e não enforcamento, o que é compatível com o crime de homicídio e não o de suicídio.
Apresentado o contexto, foi decretada a prisão temporária dos investigados. Entretanto, mesmo diante de provas técnicas, os investigados negam a prática do homicídio.
Fonte: Jornal Fato