A obra de uma residência no morro do Atalaia em Guarapari, está gerando preocupações para alguns moradores. Isso porque a obra está sendo construída próximo ao poço construído pelos jesuítas há 436 anos em Guarapari.
Esse é um dos poucos patrimônios históricos preservador em Guarapari e quem luta pela preservação dos patrimônios da cidade, teme que a ‘Fonte dos Jesuítas’ possa ser prejudicada com a construção dessa residência.
Livro. Em entrevista ao jornal A Tribuna, a pesquisadora Beatriz Bueno, que escreveu no livro Guarapari – Muito Mais Que um Sonho Lindo, disse acreditar que a construção vá acabar de vez com a esperança de ver mais esse bem tombado. “Eu luto pelo tombamento dessa fonte como patrimônio histórico desde 1983. Guarapari tem quatro monumentos tombados e esse teria que ser o quinto, e por causa disso escrevi o livro. Mas até hoje está em processo de tombamento”, contou Beatriz.
A fonte, segundo a pesquisadora, foi construída junto com a antiga igreja de Nossa Senhora da Conceição, que é o marco do nascimento da cidade. A fonte é de 1585, e no passado era possível visualizar a igreja quando estava na fonte, mas com as construções não dá para ver mais.
“Esse é o único poço que restou de vários que existiam na cidade. Isso é referência histórica da cidade, e não queremos perdê-lo. Com mais essa construção, a praia vai praticamente perder o acesso. Praia é domínio público e tem que ter acesso e deve ser visível”, completou a pesquisadora ao jornal.
Autorização. O proprietário da obra, o aposentado Antônio de Biase Wright apresentou as autorizações já emitidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, e do Conselho Estadual de Cultura. No entendimento dos órgãos há preservação do distanciamento necessário.
O projeto apresentado foi aprovado pelo Iphan pois segundo o órgão, a edificação estará localizada a 20 metros de distância em relação ao eixo do Poço do Jesuítas, registrado como sítio arqueológico no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), não impactando, assim, o setor de especial de interesse arqueológico do local.
Prefeitura. A obra ainda não possui autorização final por parte da prefeitura de Guarapari, esclarecendo que “considerando que foi mencionada a existência de uma nascente no local, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura (Semag), juntamente com o IEMA, irá proceder com análise técnica minuciosa para averiguar a suposta existência de uma nascente”, informou por meio de nota.
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