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CidadesPiúmaNúcleo do FEPNES de Piúma realiza Pod Cash “Casulo – Liberdade Trasn/Formada”.

Núcleo do FEPNES de Piúma realiza Pod Cash “Casulo – Liberdade Trasn/Formada”.

Os Desafios de Pessoas Trans Pretas: Medos, Sonhos e Conquistas.

O Coletivo de Fortalecimento e Empoderamento da População Negra do Sul do Estado – ES + Diversidade, O FEPNES – participada pelo segundo ano consecutivo da Semana Estadual de Direitos Humanos, promovendo a  visibilidade e protagonismo das mulheres trans negras, na região sul. O Núcleo do Coletivo em Piúma através das diretoras Luciana Maximo e Karla Regina bateram um papo com convidada Paula Peruggia, que conversou abertamente com a jornalista ao vivo na plataforma do Facebook do Jornal Espírito Santo Notícias, sobre sua trajetória e rompimento do “Casulo”.

O podcast Casulo – Liberdade Trans/Formada fechou a agenda de dezembro do Coletivo FEPNES dentro dos 21 Dias de Ativismo, Contra a Violência contra a mulher. No dia 07 de dezembro o Núcleo de Marataízes (Adrianinha Viana, Maria Paula e Samara Abreu) fizeram a intervenção cultural: Pelo Direito de Viver. Já no dia 10, o Núcleo de Presidente Kennedy (Tânia Ferreira, Neisiane Alves e Emanuela Mendes) promoveram a intervenção cultural Identidade Valorizada e o Núcleo de Piúma fechou a agenda neste dia 16/12.  

A fundadora do Coletivo e Diretora Geral, Luciana de Souza falou sobre o tema proposto. Oportunamente, ela assegurou que os corpos trans, são os mais violentados, dentro do contexto de diversidade das pessoas LGBTQUIA+, são os invisibilizados e são os que mais morrem no Brasil. E, quando este corpo é preto, ou de uma mulher preta a dor é muito maior, as oportunidades são menores. “A gente compreende que dar visibilidade para estas pessoas é fazer com que a garantia dos direitos delas de ser, de estar e existir permaneçam, continuem, que as políticas públicas e afirmativas sejam implantadas e executadas”, destacou.

Luciana Maximo entrevistou Paula, Bombom e Samara

Para o Coletivo, participar da XIV Semana Estadual de Direitos Humanos oportunizando pessoas trans, corpos trans, dando voz é promover o protagonismo destas pessoas. “De dizer que eles e elas têm direitos de ser, estar e existir aonde quiserem e quando quiserem e assim fazer com o governo se sensibilize a cada dia mais na implementando políticas públicas para que eles e elas tenham oportunidades de trabalho, da utilização do nome social, da dignidade a vida, moradia e segurança, e sobretudo da segurança de permanecer vivos, porque a idade média é até 35 anos. Passar desta estatística é resistência, é um ato heroico, é revolucionário num país tão homofóbico, xenofóbico, racista, machista, patriarcal, facista. Nós vamos continuar lutando, enquanto o Coletivo existir. Vamos continuar dando voz, visibilidade, oportunidade, lugar de fala para que a população preta em toda a sua diversidade protagonize a sua própria história”, garantiu a diretora do Núcleo Piúma, Karla Regina.

A diretora geral do Coletivo relembrou que no ano passado, o FEPNES realizou o Documentário com quatro mulheres trans, “Pororoca – A Força das Águas”, que traduz o fenômeno de se encontrar, de desbravar e sair arrebentando todas as barreiras e se transformar no que se é de fato, desde quando nasce. “Este ano trouxemos a proposta do Casulo, liberdade/transformada, ou seja, a partir do momento do momento que nós saímos deste casulo, a gente se torna livre e a gente transforma o lugar por onde a gente passa. Esta é a mensagem que queremos passar. As pessoas se inspiram quando ver. Quantas pessoas nós temos hoje trans ou LGBT que ainda estão no casulo com medo do preconceito, da homofobia, medo de ser violentado, de sofrer a violência física, psicológica e o assédio moral, de olhares e críticas. Algumas pessoas precisam de ter a referência, a inspiração, de ser ver no outro para ter a coragem para criar coragem para se libertar e sair do casulo”.      

A reflexão que o Coletivo deixa para a sociedade é de respeito a toda diversidade. Muitas pessoas trans trocam os nomes, mas quando chegam nos espaços as pessoas ainda insistem, principalmente, no racismo e a homofobia estrutural e institucional nas instituições públicas. “As pessoas ainda insistem em chamar pelo nome morto, em chamar pelo nome de registro e não pelo nome social pelo qual a pessoa se identifica. O que nós queremos dizer, é que, a partir de hoje não presuma, respeite, tenha empatia, se coloque no lugar do outro, faça esta reflexão, como você gostaria de ser tratado e trate o outro da mesma forma. O que nós população LGBT queremos é respeito, esta é a palavra. Tire os seus preconceitos do caminho porque nós vamos passar, ocupar e vamos transformar”. 

O Podcast/ contou com a participação especial de Maria Paula (Bombom) e Samara Abreu, que garante que o Sul terá uma voz no legislativo em 2024.

A live/Podcast

Na redação do Espírito Santo Noticias com participações ao vivo, o podcast/ live Casulo: Liberdade/Trans/Formada contou com a presença das diretoras do Núcleo do Fepnes em Marataízes: Samara Abreu e Maria Paula Bombom. E Karla Regina também diretora do Núcleo de Piúma participou do bate papo.

Paula Peruggia falou abertamente da infância sofrida, onde ela fora estuprada aos 08 anos de idade, falou ainda da juventude, época que teve de sair da cidade para tentar viver a sua independência. Paula Peruggia, Samara e Bombom lembraram que a oportunidade para pessoas trans é mais difícil. Elas relembraram momentos difíceis até se tornarem totalmente independentes.

O podcast/live foi bastante interativo. “Indiscutivelmente foi incrível conversar a Paula, conhecer um pouco mais da sua trajetória. Foi enriquecedor o momento com Samara e Bombom. Nós já tínhamos conhecimento das dores vividas por cada entrevistada. Já veiculamos diversas reportagens relacionadas a população LGBTQIA+ sendo violentada em seus direitos. A última edição digital do Jornal nós abordamos o tema LGBTfobia Institucional e denunciamos a Prefeitura de Vitória. E podem ter plena certeza, vamos continuar abrindo espaço para a discussão do tema e outros e vamos além, nos colocamos a disposição de todas as pessoas, de todas as raças, cor e credo que acionem o jornal em caso de desrespeito aos seus direitos, não importa se for institucional ou não. Somos um espaço de fala, de promoção e um espaço de informação”, frisou Luciana Maximo, diretora do Coletivo em Piúma e jornalista responsável pelo Espírito Santo Notícias.

“Se você é você, seja você mesmo, não precisa ser o que os outros querem”, este é o recado de Paula Peruggia.

Dia 29 de janeiro é o Dia Nacional da Visibilidade Trans.

Para celebrar e reafirmar a importância da luta pela garantia dos direitos das pessoas trans foi definido que o mês de janeiro seria inteiro dedicado à visibilidade dos transexuais. Intitulada como Janeiro Lilás, a iniciativa busca a sensibilização da sociedade por mais conhecimento e reconhecimento das identidades de gênero, com o intuito de combater os estigmas e a violência sofridos pela população transexual e travesti. O preconceito, a baixa escolaridade, o desemprego, a discriminação e a violência fazem do Brasil o país que mais mata transexuais no mundo. Enquanto a expectativa de vida média da população brasileira é de 74 anos, segundo o IBGE, a das pessoas trans é de apenas 35 anos. Infelizmente a grande maioria da população trans ainda é expulsa de casa e obrigada a sobreviver por meio da prostituição. De acordo com Dossiê de 2019 da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 90% da população de travestis e mulheres transexuais utilizam a prostituição como fonte de renda devido à falta de oportunidades no mercado de trabalho. Ainda segundo a ANTRA, em 2019, foram registrados 124 assassinatos. Em 2020, mesmo em meio à pandemia do coronavírus, o país registrou 129 assassinatos de pessoas trans de 01 de janeiro a 31 de agosto, sendo um aumento de 70% em relação ao mesmo período em 2019. Em 2021 foi divulgado o Mapeamento de Pessoas Trans na Cidade de São Paulo, que revelou que 58% dos entrevistados – mulheres trans, travestis, homens trans e pessoas não-binárias – realizam trabalho informal ou autônomo, de curta duração e sem contrato. Entre as travestis, esse percentual sobe para 72%. O estudo foi realizado pelo Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) junto à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (SMDHC). A coleta de dados incluiu 1.788 pessoas, por meio de questionário estruturado, e 29 entrevistas qualitativas com entrevistas do tipo semiestruturadas, com perguntas aberta.

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Fonte: Espírito Santo Notícias – Notícias de Piúma a Cidade das Conchas

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