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Na web, ‘Dr. Bumbum’ citava ética e se via perseguido pelo conselho de medicina por ‘inovar’

Denis Furtado teve a prisão decretada pela Justiça, suspeito de causar a morte de uma paciente após um procedimento estético realizado em sua residência.

Denis Furtado é uma sumidade em redes sociais. Numa delas tem mais de meio milhão de seguidores, para os quais exibe fotos de antes e depois de cirurgias de glúteos. Primeiro tenente-médico do Exército, “Dr. Bumbum”, como é chamado fora das fileiras militares, aparece em fotos de farda e se gabando do trabalho no consultório particular.

Na web, antes de ter a prisão decretada pela morte de uma paciente após realizar cirurgia em sua cobertura, ponderava que a qualidade do médico depende do quão perseguido seja pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).

O procedimento estético ocorreu no último sábado e a paciente, Lilian Calixto, morreu horas depois, já na madrugada de domingo. Ele não tinha registro ativo no conselho regional do Rio e foi indiciado por homicídio doloso e associação criminosa, junto com a mãe, a namorada e uma funcionária.

“A medicina é cerceada pelo conselho, e médicos como eu que buscam inovar, são tão perseguidos que pensam em desistir e deixar pra lá estudar e se atualizar, e se render ao sistema que na minha opinião, lucra mais com doença que com saúde, perseguindo e vetando qualquer novidade que ameace a indústria e as mentiras já impostas como fatos [sic]”, escreveu.

Ele, que é réu em mais de 10 processos no Tribunal de Justiça do Rio, escreveu em janeiro que o país precisava voltar a ter “ter valores e padrões dentro da normalidade e do bom senso”. Na polícia, tem passagem por homicídio, porte de arma, crime contra a ordem pública, resistência a prisão, exercício arbitrário da própria razão (quando a pessoa excede a legítima defesa) e violação de domicílio.

Em janeiro, quando escreveu seu desabafo, também falou sobre o que chamava de “falácia da impunidade”.

No fim do ano passado, aproveitou o espaço para reproduzir um longo texto que circula há anos em redes sociais versando sobre a ética. Apócrifo em diversos sites, o texto foi assinado pelo médico — que não usava o apelido nas assinaturas.

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