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Medicina medieval: remédio natural de 1.000 anos pode ajudar a impedir infecções resistentes a antibióticos

Um dos maiores obstáculos que os médicos enfrentam é o tratamento de infecções que se tornam resistentes aos antibióticos. Enquanto os cientistas procuram vencer esses germes adaptativos, um estudo da Universidade de Warwick, no Reino Unido, diz que a resposta pode estar no passado distante. Os pesquisadores ingleses descobriram que um remédio medieval de 1.000 anos, uma espécie de colírio para os olhos feito a base de produtos naturais, pode realmente ser útil no combate a vários tipos de bactérias, incluindo aquelas que comumente infectam úlceras diabéticas.

Segundo o estudo publicado na revista Scientific Reports, as misturas desse colírio – chamado de ‘Colírio de Bald‘ e descrito em um manuscrito inglês antigo – contêm cebola, alho, vinho e sais biliares. Testando como esses remédios antigos afetam vários germes, o estudo revela que o colírio Bald é eficaz contra bactérias de feridas Gram-negativas e Gram-positivas.

O manuscrito ‘Medicinale Anglicum’ do colírio de Bald. Crédito: © The British Library Board – Royal 12 D xvii

Entre essas cepas perigosas está o Staphylococcus aureus, uma bactéria que quase um terço da população carrega no nariz. Geralmente é inofensivo, mas pode causar infecção e até morte ao entrar em contato com cortes e feridas na pele.

O Colírio Bald também mostra resultados promissores contra:

Streptococcus pyogenes: que causa infecções como amigdalite e escarlatina.
Stenotrophomonas maltophilia: comumente associada a infecções respiratórias.
Acinetobacter baumanii: uma infecção comum observada entre feridas de combate.
Staphylococcus epidermidis: que causa infecção em pacientes com cateteres, feridas cirúrgicas e aqueles com sistema imunológico comprometido.

“Nós mostramos que um remédio medieval feito de cebola, alho, vinho e bile pode matar uma variedade de bactérias problemáticas cultivadas tanto no plâncton quanto na forma de biofilmes”, disse Freya Harrison em um comunicado da universidade. “Como a mistura não causou muitos danos às células humanas no laboratório, ou aos ratos, poderíamos desenvolver um tratamento antibacteriano seguro e eficaz a partir do remédio”.

O que faz o colírio de Bald funcionar?

Colírio de Bald (Crédito: Universidade de Warwick)

Os pesquisadores dizem que o uso de alho nas misturas do colírio Bald pode ser um ingrediente chave. O alho contém alicina, que produz seu famoso cheiro, mas também tem ligações com anti-inflamatórios e imunidade à saúde. Embora ajude, a equipe britânica diz que a alicina sozinha não consegue combater as bactérias em suas extensões. Eles acrescentam que essa combinação especial de ingredientes dá força a essa fórmula de mil anos.

“A maioria dos antibióticos que usamos hoje são derivados de compostos naturais, mas nosso trabalho destaca a necessidade de explorar não apenas compostos individuais, mas misturas de produtos naturais para o tratamento de infecções de biofilme”, explica Harrison.

“Acreditamos que a descoberta futura de antibióticos a partir de produtos naturais poderia ser aprimorada com o estudo de combinações de ingredientes, em vez de plantas ou compostos isolados.”

Encontrando inovações em manuscritos médicos medievais

Antes deste estudo, a coautora Christina Lee, da Universidade de Nottingham, leu o manuscrito ‘Medicinale Anglicum’. Este livro é um volume encadernado em couro em Inglês antigo da Biblioteca Britânica e acredita-se que seja um dos livros de medicina mais antigos contendo informações médicas anglo-saxônicas. ‘Medicinale Anglicum’ ou ‘Bald’s Leechbook’ dá conselhos e receitas para fazer remédios naturais, pomadas e tratamentos durante a época medieval.

O manuscrito ‘Medicinale Anglicum’

“O colírio de Bald salienta a importância do tratamento médico ao longo dos tempos”, diz Lee. “Isso mostra que as pessoas do início da Idade Média na Inglaterra tinham pelo menos alguns remédios eficazes.”

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, bactérias resistentes a antibióticos causam infecções em 2,8 milhões de pessoas nos Estados Unidos a cada ano. Mais de 35.000 desses pacientes morrem por causa dessas cepas.

Com informações, Universidade de Warwick.

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Roberta Carvalho editora do Portal Maratimba