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Médica do ES alerta que câncer que matou Bruno Covas cresce entre os mais jovens


O câncer que matou o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, aos 41 anos, no último domingo (16), é mais comum entre idosos, porém a incidência em pessoas mais jovens vem aumentando nos últimos anos por conta da má alimentação e de hábitos de vida nada saudáveis.

A médica radioterapeuta Anne Karina Kiister Leon, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), explica que o câncer do prefeito era um adenocarcinoma localizado na cárdia, uma região de transição entre o estômago e o esôfago. 

A descoberta da doença em estágio 4, bem avançado, reduziu as possibilidades de tratamento do tumor, pois ele se espalhou por outros órgãos de Bruno Covas.

“A cárdia é uma região difícil de diagnosticar o câncer. No caso do Bruno Covas, quando foi descoberta a doença, já havia metástase, o que tornou o prognóstico ruim”, disse a médica.

A incidência desse tipo de tumor em pessoas mais jovens, como Bruno Covas, ocorre principalmente pela piora na alimentação e nos hábitos de vida, como tabagismo e consumo de álcool.

“O ideal é não fumar, não beber e procurar consumir mais frutas, verduras e legumes na alimentação. Evitar uso excessivo de alimentos ultraprocessados, como bacon, linguiça e salsicha, por exemplo”, explica Anne Kiister.

“Hoje, os alimentos estão muito mais industrializados, cheios de conservantes. Quanto mais a comida demora a estragar, mais conservante ela tem”, completou a médica.

Segundo a especialista, maus hábitos da vida moderna, como o sedentarismo que leva ao ganho de peso, podem contribuir para o desenvolvimento da doença, principalmente entre os mais jovens.

“Fazer atividade física é muito importante. As pessoas hoje trabalham num ambiente informatizado e estão mais sedentárias. Obesidade e má alimentação são fatores de risco que podem desencadear a doença”, disse a médica.

 

 

Doença com metástase

Durante uma consulta em 2019 para tratar erisipela (uma infecção de pele), Bruno Covas descobriu o câncer. Na ocasião, a metástase do tumor original também foi identificada, com linfonodos aumentados ao redor do pâncreas e um nódulo no fígado.

O político se submeteu a sessões de quimioterapia ainda em 2019, e os tumores regrediram e diminuíram de tamanho. O tratamento seguiu em 2020, com imunoterapia, e ele apresentava boas condições clínicas. 

Mas, em 2021, a doença ganhou novos focos de tumores no fígado, nos ossos da coluna e da bacia. O quadro se agravou na semana passada, com sangramento na cárdia. Debilitado, Bruno Covas morreu no último domingo (16), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Tumores no sistema digestivo são recorrentes entre os brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Mais de 21 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de estômago todos os anos no país, sendo que 15 mil delas morrem em decorrência da neoplasia.

 

 

Principais sintomas

Os sintomas da doença na região da cárdia podem ser confundidos com refluxo, azia, indigestão, perda de peso e hemorragia digestiva. Por isso, Anne Kiister orienta não negligenciá-los.

Em casos de refluxo, a médica recomenda que a origem seja investigada.

“Todo refluxo deve ser investigado e tratado porque ele pode originar uma doença de esôfago, câncer de esôfago e alguns outros tipos de doenças benignas que acabam atrapalhando o estilo de vida. Ao fazer o acompanhamento de forma precoce, se houver alguma inflamação pré-maligna, é possível remover esse tumor”, explica.

Câncer na região da cárdia não é considerado um tumor raro, mas ele costuma ser diagnosticado mais comumente em maiores de 55 anos. Fatores hereditários podem contribuir para o surgimento da doença, mas ela pode ocorrer por outras causas.

O tratamento inicial desse tipo de câncer é cirúrgico. A depender do resultado, a quimioterapia pode ser associada, combinada ou não com radioterapia.

Fonte Dia a Dia ES

Editor
Editor
Roberta Carvalho editora do Portal Maratimba

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