A visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva à Etiópia durante a 37ª Cúpula da União Africana foi marcada por pronunciamentos que ressaltam a dívida histórica do Brasil com a África e promovem o fortalecimento das relações entre os países do hemisfério sul. Lula defendeu parcerias estratégicas e preferenciais com o continente africano, incluindo questões relacionadas à transição energética, agricultura de baixo carbono e outros temas ligados à questão climática.
O presidente brasileiro destacou que o Brasil deseja compartilhar com o continente africano tudo o que tem a oferecer, como forma de retribuir a força de trabalho que os africanos forneceram ao Brasil durante os 350 anos de escravidão. A contagem se inicia a partir da chegada dos primeiros negros escravizados no Recife, em 1538, até a abolição da escravidão com a assinatura da Lei Áurea, em 1888.
Lula enfatizou que a visão do sul global como uma nova força na economia mundial é fundamental para promover o desenvolvimento e ocupar o espaço na economia, política e cultura mundiais. Ele ressaltou as dificuldades enfrentadas pela África, associando-as ao legado da colonização, que impactou negativamente a produção de alimentos no continente.
Durante sua visita à Etiópia, Lula realizou reuniões bilaterais com chefes de Estado africanos, buscando estreitar laços e discutir parcerias estratégicas. Uma das reuniões foi com o presidente do Quênia, William Ruto, que demonstrou interesse no maquinário agrícola brasileiro. Outro encontro foi com o presidente do Conselho Presidencial da Líbia, Mohamed al-Menfi, no qual foi discutida a reabertura da embaixada brasileira no país.
Além disso, Lula criticou a falta de voos diretos entre Brasil e Nigéria, abordando o tema durante um encontro bilateral com o presidente nigeriano, Bola Tinubu. Ele ressaltou a importância de aumentar o fluxo comercial e de negócios entre o Brasil e os países africanos em desenvolvimento, enfatizando as oportunidades existentes nesses países.
O presidente brasileiro enfatizou a necessidade de os brasileiros envolvidos com o comércio viajarem mais pelo mundo em busca de negócios, destacando o potencial de transações comerciais e parcerias com países em desenvolvimento. Ele ressaltou a importância de ampliar o comércio com países africanos, citando o baixo volume de fluxo comercial entre o Brasil e alguns países africanos, como a Etiópia.
Portanto, a visita de Lula à Etiópia durante a Cúpula da União Africana demonstrou o compromisso do Brasil em fortalecer suas relações com o continente africano, promovendo parcerias estratégicas e econômicas, além de buscar estreitar laços bilaterais para impulsionar o desenvolvimento e promover um maior intercâmbio comercial entre os países do hemisfério sul.