Lula defende candidatura única de mulher latino-americana para a ONU durante cúpula da Celac
Na última quarta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs que os países da América Latina e do Caribe se unam em torno da candidatura única de uma mulher da região para o cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A declaração foi feita durante a 9ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Tegucigalpa, capital de Honduras.
Lula destacou a importância dessa aliança, afirmando que "a Celac pode contribuir para resgatar a credibilidade da ONU, elegendo a primeira mulher secretária-geral da organização". O Brasil também apresentou uma declaração especial sobre o tema para ser debatida durante o encontro.
O contexto da cúpula é marcado por tensões na região, especialmente devido ao endurecimento das políticas de imigração dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, e a guerra de tarifas instituída pela Casa Branca. Na ocasião, Lula mencionou que "a liberdade e a autodeterminação são as primeiras vítimas de um mundo sem regras multilateralmente acordadas", ressaltando que "imigrantes são criminalizados e deportados sob condições degradantes". O presidente ainda chamou atenção para as tarifas arbitrárias que desestabilizam a economia internacional e elevam os preços.
"Quanto mais fortes e unidas estiverem nossas economias, mais protegidos estaremos contra ações unilaterais", completou Lula, enfatizando a importância da solidariedade e da integração regional.
O discurso do presidente foi acompanhado por outros chefes de governo, incluindo a anfitriã do encontro, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, e líderes de países como México, Colômbia, Uruguai e Bolívia. A cúpula da Celac reúne 33 países latino-americanos e caribenhos, uma região que ocupa mais de 22 milhões de km² e possui uma população total de aproximadamente 670 milhões de habitantes.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reforçou que "é um bom momento para reconhecer que América Latina e Caribe requerem solidariedade e unidade de seus governos e de seus povos, visando fortalecer uma maior integração regional". Já o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, destacou a necessidade de priorizar a "agenda da ajuda comum" em oposição à "agenda da solidão", que inclui a imigração e o bloqueio.
Após a cúpula, Lula retornará ao Brasil, com chegada prevista para a madrugada desta quinta-feira (10), em Brasília.
Fotos: Ricardo Stuckert/PR
Lula defende candidatura latina para ONU e critica tarifas arbitrárias
Fonte: Agencia Brasil.
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