No último dia 16, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma cúpula virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). A reunião foi convocada de forma extraordinária pela presidenta pro-tempore da Celac, Xiomara Castro, presidente de Honduras, para discutir a invasão da embaixada do México em Quito, no Equador. A operação policial tinha como objetivo prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que havia recebido asilo político do governo mexicano.
Jorge Glas, que foi vice-presidente durante o mandato de Rafael Correa, foi condenado duas vezes por corrupção pela Justiça equatoriana. O incidente na embaixada aconteceu no dia 5 de abril, resultando em uma crise diplomática entre o México e o Equador. O governo mexicano rompeu relações diplomáticas com o Equador e retirou seus diplomatas do país.
Durante a reunião, Lula destacou a gravidade da situação e enfatizou a necessidade de um pedido formal de desculpas por parte do Equador. Ele também apoiou a proposta da Bolívia de formar uma comissão, composta por países da Celac, para acompanhar a evolução da situação e da saúde de Jorge Glas, que chegou a ficar internado após a invasão da embaixada, mas já retornou à prisão cumprindo uma pena de 6 anos.
O presidente ressaltou a importância do respeito à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961, que estabelece a inviolabilidade das missões diplomáticas e do pessoal diplomático. Ele ainda defendeu esforços de reaproximação entre o México e o Equador, destacando a importância do diálogo e da diplomacia na resolução de conflitos.
Na semana passada, o México apresentou uma queixa contra o Equador na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, pedindo a suspensão do país da ONU até que emita um pedido público de desculpas. Lula elogiou a iniciativa do México e destacou a importância da Celac trabalhar para restabelecer o diálogo e normalizar as relações entre os dois países, que são importantes parceiros do Brasil na integração regional.
A cúpula da Celac foi marcada por discursos firmes em defesa da soberania e do respeito ao direito internacional. Lula enfatizou a necessidade de respeitar os pilares da diplomacia e buscar soluções pacíficas para os conflitos. A região latino-americana e caribenha possui uma tradição humanitária de defesa do direito de asilo diplomático, que deve ser preservada e respeitada.