O lançamento da obra da escritora teve apresentação do Grupo de Teatro de Guaçuí, Gota Pó e Poeira que contou histórias de pecadores.
A Escritora Bárbara Pérez lançou seu livro “ Os Pescadores do Porto da Barra do Itapemirim”, no dia 03/09/2022, no Palácio das Águias, em Marataízes/ES. A autora escolheu o cenário do Porto e os pescadores – os trabalhadores do rio e do mar – para contar a história, os relatos de vivências, as lutas, os sofrimentos e também as alegrias desses solitários homens do mar.
A autora sensibilizada pelo momento ímpar, do nascimento do livro, convidou amigos/artistas, para abrilhantar o evento, trazendo a magia das artes cênicas com os atores do ‘Grupo, Gota, Pó e Poeira’ de Guaçuí, numa apresentação cômica de contação de histórias, sobre mentiras de pescadores, que arrancou gargalhadas do público presente e principalmente dos pescadores e familiares. Os atores, também prestaram homenagem aos pescadores cantando a música, Suíte do Pescador (Minha jangada vai para o mar).
A exuberância da ampla sala do Palácio das Águias, ficou ainda mais requintada, com as apresentações musicais do maestro Herbert Cock, com os seus pupilos, os gêmeos, Iago e Igor. As canções “ Brasileiro, Carinhoso, Trenzinho do Caipira e outras”, tocaram as almas da seleta plateia. O mar sussurrando, A Foz do Rio Itapemirim, leitoso brilhando debaixo da lua fogosa, todo esse cenário exótico, contracenando com o Maestro Hebert Cock e seu fiel violino, que vai da magia musical, aos encantos de sua alma magistral, tocada pelos anjos, que são os seus guardiões.
Para homenagear a terrinha doce do Abacaxi – Exuberante Marataízes, teve a apresentação do casal de bailarinos do estúdio de danças Rick Reis, sendo ele o protagonista da dança, junto a bela Eduarda, que ao som da música ‘ Marataízes’, de composição de Pedro Caetano, que foi gravada pelo exímio cantor Dr. Antônio João, dançaram divinamente, protagonizando a valsa, deslizando pelo luxuoso salão do Palácio das Águias, contracenando com a beleza das águas do Rio Itapemirim, através dos janelões do “ Coronel”.
Também, convidada especial, Clarice Lectern, atriz, cantora, escritora e artista plástica, que arrancou do baú místico, a sua crônica inspirada no escritor Paulo Coelho, ‘a tapeçaria’, que faz parte de seu livro de contos e crônicas, em breve lançamento. Clarice recitou, encantando a todos, com sua voz doce e a magia da interpretação lúdica, rebuscando do baú, pedaços medievais de feitiços e porções de rituais, na composição mística de sua ‘ tapeçaria’. Ela, disfarçada em sua capa preta, o cetro, a réplica de um livro de grimorio, confeccionados por ela própria, é a autêntica ‘ Paula Coelha’, em modo in loco.
A escritora ofereceu um delicioso coquetel, decorado pelos deliciosos abacaxis de Marataízes. O cardápio escolhido foi bobó de camarão, pirão de peixes, suco de abacaxis da massa amarela e peixes fritos com lasquinhas de limão e, não poderia faltar aquela cachacinha artesanal, oferecida pelo Professor Luciano Retore Moreno. O coquetel foi alusivo aos pescadores, esses destemidos homens do mar e da terra – que representam o progresso artesanal e financeiro de Marataízes. Eles são partes cinematográfica da colônia de pescadores.
“O livro descreve, com precisão, o dia a dia de alguns pescadores do Porto da Barra do Itapemirim, local onde a escritora passou meses pesquisando e convivendo com eles, em suas casas ribeirinhas ou no Porto, colhendo informações, descrevendo seus causos e suas angústias em alto mar.
Não há registro maior do que a própria simplicidade dessa gente humilde e trabalhadora e suas maneiras de contar histórias, e suas lutas para tirar, do rio e do mar, o sustento familiar. Durante as entrevistas e nas identificações dos pescadores e suas famílias, não poderia deixar de registrar os patrimônios arquitetônicos, bens materiais, que fazem parte do cotidiano de sua gente, atracados literalmente no Porto da Barra. ” Conclui a escritora.
Içar velas, levantar âncoras! Navegar…navegar! Fazemos essa viagem para o alto mar, mesmo sem zarpar. Ao ler o livro de Bárbara Pérez, nos (não entendi) é uma deliciosa viagem, com cheiro de maresia, sabor de moqueca, petiscando peroá frito, ao som do marulho, sentindo a brisa marinha, num exuberante fim de tarde, contemplando crepúsculo e, de quebra, tendo como cenário, a foz do Rio Itapemirim a desembocar no Oceano Atlântico.
A obra é fruto de pesquisas de meses, ouvindo os pescadores, as marisqueiras, os donos de barcos, os mestres, além de acompanhar, in loco, o mangue, as ilhas, as embarcações, perfazendo o percurso dessa gente pescadora.
A autora descreve com exatidão e paixão, ao mesmo tempo – e isso que encanta os leitores – todo o trabalho dos pescadores que conheceu e reconheceu, registrando todos os detalhes, realçando suas expectativas, percepções, seus sonhos, enfim, sua vivência!
Exímia e nata pesquisadora, Pérez concede, aos leitores, o privilégio de penetrar, não apenas nos discursos dos pescadores e das suas famílias, mas, nas suas práticas cotidianas. O texto é singelo, prático, objetivo, simples, como os homens do mar e, em simultâneo, concreto e imaginário.
O livro oferece, aos leitores, vozes que a autora captou às margens do Itapemirim e do Oceano, transformando-as em mais um presente para a literatura marataizense. Trata-se de uma justa homenagem a essa gente “bravia”, como a própria autora intitula, sem que isso derive para o deslumbramento ou para o devaneio.
A homenagem tem tudo a ver com a dureza do mundo observado, registrado e reconstruído nas páginas deste livro e que, por isso mesmo, é necessário ser conhecido e compreendido. Uma construção modelar!
Contatos com a autora: (28) 998834226
E- mail: [email protected]
Esta e outras obras da mesma autora, poderão ser adquiridas no site: www.clubedeautores,com.br
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Fonte: Espírito Santo Notícias