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Lira altera comissão de investigação da crise Yanomami

A criação da comissão externa da Câmara dos Deputados para investigar a crise humanitária na Terra Yanomami gerou protestos por parte dos indígenas. Diversas entidades que representam os povos da região divulgaram uma nota de repúdio, apontando que os deputados originalmente designados são contrários à demarcação de terras e defendem pautas que prejudicam os direitos das populações indígenas. Em resposta à mobilização, o presidente da Câmara, Arthur Lira, incluiu Célia Xakriabá como membro da comissão.

Com a nova nomeação, a comissão passou a contar com 16 integrantes. Célia Xacriabá, que foi a primeira parlamentar a visitar o território em 2023 para acompanhar a grave crise enfrentada devido ao aumento do garimpo ilegal e ao genocídio incentivado pelo governo, destacou a importância de sua participação nas redes sociais.

A comissão externa foi criada por meio de um ato da presidência da Câmara dos Deputados, com o objetivo de acompanhar as autoridades competentes na investigação e apuração da crise humanitária dos yanomami. Sob a coordenação da deputada Coronel Fernanda, a comissão terá sua primeira reunião no dia 5 de julho, quando será aprovado o plano de trabalho.

Além de Célia Xacriabá, outra indígena que integrará os trabalhos é Silvia Waiapi, que foi secretária de Saúde Indígena do Ministério da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro. A criação da comissão gerou indignação por parte das entidades, que classificaram a ação como uma afronta ao sofrimento dos povos indígenas.

A Terra Yanomami abrange mais de 9 milhões de hectares nos estados de Roraima e Amazonas, sendo a maior reserva indígena do país. Os resultados do Censo 2022 apontam que mais de 27 mil indígenas vivem na área. A crise humanitária vivenciada nas aldeias provocou comoção nacional, especialmente após a morte de 99 crianças yanomami com menos de 5 anos em 2022, em sua maioria por desnutrição, pneumonia e diarreia.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ações para combater o garimpo ilegal, apontado como uma das causas centrais da situação. As entidades signatárias da nota solicitaram que o Judiciário declare a inconstitucionalidade da Lei Federal 14.701/2023 e cobraram do governo a intensificação de ações contra o garimpo, além do fortalecimento do atendimento de saúde aos povos da região.

Procurados pela Agência Brasil, a presidência da Câmara dos Deputados e o gabinete do deputado Arthur Lira não se manifestaram até o momento. A situação na Terra Yanomami continua sendo acompanhada de perto, com a expectativa de que a comissão externa possa contribuir para a resolução dos problemas enfrentados pelas comunidades indígenas.

Editor
Editor
Roberta Carvalho editora do Portal Maratimba

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