Depois de quase um ano de tramitação, a Câmara de Presidente Kennedy aprovou, na manhã desta quinta-feira (7), o incremento de R$ 50 milhões da Prefeitura ao Fundo de Desenvolvimento Regional do Sul do Espírito Santo (Fundesul). A aprovação ocorreu por unanimidade.
Além de gerar empregos e renda, fundo, ao atrair empresas, vai gerar impostos que vão melhorar a arrecadação municipal
O Fundesul tem como objetivo fomentar o desenvolvimento sustentável das microrregiões Caparaó, Central Sul e Litoral Sul do Espírito Santo por meio de apoio financeiro aos projetos de investimento privado que resultem em criação de emprego e geração de renda. O fundo já contava com aporte financeiro inicial de R$ 50 milhões, do Governo do Estado, e os municípios podem alocar recursos próprios e tornarem-se cotistas remunerados, com fez Presidente Kennedy.
O fim do imbróglio foi comemorado na Prefeitura. O Chefe de Gabinete de prefeita Amanda Quinta Rangel, José Augusto, principal interlocutor no processo, acredita que a medida é fundamental para atrair empresas e a arrecadação municipal com os impostos gerados.
Embora seja o que mais recebe royalties do petróleo, Kennedy enfrente dificuldade para manter em dia o salário dos servidores efetivos, que não podem ser pagos com o recurso das atividades de extração.
Por outro lado, com mais empresas no município, crescerá, também a geração de empregos na iniciativa privada, realidade para a qual o município já se prepara, com a qualificação e capacitação de mão de obra em diversos ramos.
Confira, a seguir, a entrevista completa concedida por José Augusto.
Demorou, mas a aprovação do Fundesul finalmente aconteceu. Sem dúvida uma grande vitória do governo municipal.
Zé Augusto – Uma grande vitória do nosso governo, mas, sem dúvida, foi mais uma vitória do povo de Presidente Kennedy, afinal, o Fundesul é um projeto para atender integralmente às necessidades da população, independente da administração pública.
Um projeto importante lançado pelo Governo do Estado, mas que ganha aqui em Presidente Kennedy relevância muito maior diante dessa ampliação de recursos disponíveis…
Sim, sem dúvida. Importante ressaltar a visão do governador Paulo Hartung, que entendeu que a nossa região precisava de uma ferramenta para competir em pé de igualdade com os municípios do Norte do Espírito Santo. Vamos oferecer empréstimos em condições similares às praticadas pelo Banco do Nordeste naquela região. Porém, a diferença nossa é que com essa disponibilidade de R$ 50 milhões, vamos ampliar ainda mais a capacidade de atrair investidores e consequentemente empresas para nossa cidade. Isso aumenta nossa geração de empregos e amplia nossas fontes de arrecadação.
Aliás, a arrecadação (em impostos) do município por ser baixa acabou gerando um desgaste em relação aos salários dos servidores…
Verdade. Atrasamos os salários, mas com muito trabalho e uma série de medidas adotadas por nossa administração, cortando na própria carne, queremos resolver essa situação o mais rápido possível. Mas esse problema, e outros, tem como origem exatamente a nossa baixa arrecadação. Estamos enfrentando todos os problemas de frente, sem medo de fazer a coisa certa. Embora nossa arrecadação com os royalties de petróleo seja muito alta, esse dinheiro tem limitações legais e não pode ser utilizado em todas as esferas da administração, como, por exemplo, pagamento de salários de cargos comissionados e alguns efetivos. Daí a importância de atrair empresas, que vão movimentar a economia, gerar receitas e consequentemente melhorar a arrecadação municipal. Com os royalties, na verdade, pagamos os salários de servidores em Designação Temporária e os efetivos da educação. Esses estão em dia. Dos 1,8 mil servidores, pouco mais de 500 estão com salário atrasado, ainda. É uma situação que nos preocupa.
E aí entra o Fundesul…
Exatamente. O empreendedor do nosso município, seja ele do campo ou da cidade, vai poder utilizar essa ferramenta para abrir ou ampliar a sua empresa, já que o Fundesul Presidente Kennedy tem mais opções de linha de crédito do que o Fundesul para os demais municípios. O investidor de fora, o empresário, que quiser vir para Presidente Kennedy vai ter um atrativo grande para vir, a partir dessa possibilidade de empréstimos ofertados por nós. Ele não pode pegar o dinheiro aqui e levar para outro lugar e investir lá. Não! Esse dinheiro terá de se transformar numa alavanca fomentadora de negócios, empregos e renda para os kennedenses.
Já existem empresários interessados?
Temos sim. Vários empresários. É gente que está vislumbrando não apenas negócios de maneira isolada, mas também já se projetando para atuar nas diversas frentes de trabalho que podem e devem ser abertas pela chegada do Porto Central.
E assim como os empresários que já estão projetando o futuro em Presidente Kennedy, a prefeitura também vinha projetando essa nova possibilidade para a população e com isso investindo em cursos profissionalizantes…
Essa tem sido uma preocupação e uma atuação constante da atual administração. Desde o seu primeiro ano da atual gestão temos várias parcerias e muitos investimentos nessa área de qualificação profissional, ofertando dezenas de cursos profissionalizantes, totalizando mais de mil vagas só neste ano, exatamente para que quando chegasse esse momento os nossos kennedenses tenham a preferência nessas contratações. Naturalmente que se uma empresa tiver um bom profissional na nossa cidade, não há porque ir buscar fora daqui. Aprovamos também o Plano Diretor Municipal, que vai permitir o nosso crescimento organizado, criando áreas industriais e definindo as residenciais. Além disso, municipalizamos o Licenciamento Ambiental. Hoje, é tudo feito pela prefeitura.
Então, a gente observa que já são quase seis anos se preparando para esse momento.
Olha, não existe facilidade e nem mágica na vida pública. Muito menos Presidente Kennedy conseguiria dar esse passo que está dando para esse novo ciclo de desenvolvimento sem que existisse planejamento. O que a cidade vai viver a partir das possibilidades que serão abertas com o Fundesul, e posteriormente com o Porto Central, é o início da saída de uma economia basicamente rural para um novo patamar onde os kennedenses terão novos postos de trabalho e novas oportunidades fora do setor agropecuário. É um mundo novo e importante. Mas é importante ressaltar aqui que o setor rural vai crescer junto, porque é nossa intenção ampliar os investimentos nas famílias do campo, incrementando ainda mais a produção rural, valorizando esse setor que sempre foi de extrema importância para nosso município, e vai continuar sendo. Diante disso, e das informações que tínhamos, estamos preparando a população para esse novo desafio. O desafio de competir de igual para igual. Mas para chegar a esse nível, tivemos e estamos tendo que ralar muito…
Quando a gente ouve falar em “muito trabalho”, o que isso significa, na prática? O que está acontecendo neste momento em Presidente Kennedy?
O que acontece hoje em Presidente Kennedy é uma evolução de investimentos em todas as áreas. Estamos com um volume de obras de infraestrutura, por exemplo, enorme: asfaltamento de cerca de 160 km de estradas; implantando rede de drenagem e de coleta para tratamento de esgosto; na Saúde, estamos investindo para que não falte atendimento para ninguém, tanto na atual conjuntura, quanto no futuro, quando a população aumentar, além de termos uma farmácia que é a melhor do Estado em oferta de medicamentos; na Educação, temos investido pesado, construímos escolas novas, inauguramos uma creche recentemente em Santa Lúcia, inclusive, para garantir vaga hoje e futuramente, mas um dado importante é nossa nota atualmente no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, que é de 6,4, uma nota maior do que a meta prevista para 2020, que é de 5,4, e muito maior da situação quando chegamos ao governo, que era 4,3.
Mas para esse futuro próspero acontecer não depende só da prefeitura…
A gente sabe disso. Por isso, entendemos também que não há mais espaço para aventureiros incompetentes nas administrações públicas. Tem que dar duro, planejar, persistir. O bom momento que Presidente Kennedy vive hoje é fruto do planejamento que plantamos lá atrás. Mas sabemos que as conjunturas econômicas e políticas nacionais interferem na vida de todo mundo. O país vive hoje uma carência de bons políticos, a classe política está no descrédito com o povo. Precisamos de líderes competentes e equilibrados, para tirar o país dessa crise profunda que se instalou. Líderes que consigam unir, ao invés de dividir o país. Líderes que colocam o interesse coletivo acima dos partidários e pessoais, para que a gente volte a ter emprego e renda para a população.
Fonte: Jornal Fato