Depois de atender a Polícia Federal (PF) e autorizar a operação aberta na semana passada contra oito empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu um parecer interno do próprio gabinete. Ele quis uma análise detalhada sobre os pontos de convergência entre os inquéritos das fake news e das milícias digitais e as suspeitas que recaem sobre os empresários.
O foco foi o possível “financiamento” de notícias falsas e ataques antidemocráticos.
O juiz Ailton Vieira, instrutor no gabinete do ministro, foi o responsável pela redação do documento que tem 121 páginas. O magistrado defendeu o aprofundamento da investigação sobre a conduta dos empresários e viu conexão com os demais inquéritos que “fecharam o cerco” contra aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Há efetiva participação de pessoas físicas, muitas delas empresários, que integravam o grupo de WhatsApp denominado ‘Brasil 200 Empresarial’ e que agora integram o grupo de WhatsApp ‘Empresários & Politica’, fomentando e incentivando, por meio de aporte financeiro, inúmeras manifestações antidemocráticas”, diz um trecho do parecer.
Magistrado defendeu investigar empresários que foram alvos de ação da PF
O documento diz que, até o momento, as suspeitas mais contundentes são contra os empresários Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu. Com base no quadro geral das investigações em curso, o juiz avalia que eles podem ter ajudado a custear a produção e a divulgação de notícias fraudulentas e a organização de manifestações antidemocráticas. Ambos negam financiamento de atos ilícitos e se dizem vítimas de perseguição por serem aliados do presidente.
Ministro Alexandre de Moraes, do STF Foto: EFE/Joédson Alves
Juiz do gabinete de Moraes defende investigar ‘rede financeira’ para fake news
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