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Jongueiros de Itapemirim se reúnem para articular manutenção do folguedo na região

Jongueiros de Itapemirim

Um grupo de jongueiros e apoiadores do jongo reuniu-se na tarde da última terça-feira (15), na antiga Escola Municipal “Narciso Araújo”, para articularem a manutenção folclórica em Itapemirim e também para deliberarem sobre os editais de cultura popular que são oferecidos pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e pelo Ministério da Cultura (MinC).

Além da manutenção desta arte secular, os jongueiros buscam reconhecimento e valorização desta manifestação cultural que tanto enriquece a história regional. Sete jongueiros de Itapemirim estarão concorrendo premiações em nível nacional, referentes ao Edital de Seleção Pública N.º 01 – Culturas Populares: Edição Selma do Coco, nas categorias: Mestres e Mestras (pessoa física), Grupos sem constituição jurídica e herdeiros de mestres e mestras In Memoriam. São eles: Os jongueiros que estarão concorrendo premiações são Eder “Tigrão”, Anizio Bento, João Cláudio, Carla Machado, Andrea Nazareth, Mestra Quequê e Seu Deneval.

Ressalta-se que alguns jongueiros de Itapemirm já foram contemplados em nível estadual do Edital “Mestre Armojo do Folclore Capixaba”, entre eles, as mestras Quequê e D. Geralda. Ao MinC deverão concorrer como herdeiros de mestres a jongueira Andrea Nazareth, neta de Chrispiniano Balbino Nazareth (um dos precursores do jongo em Itapemirim) e Anizio dos Santos Bento, filho do Mestre Bento.

Para o professor da UFES, Osvaldo Martins de Oliveira, que é doutor em Antropologia Social, reuniões como as que acontecem em Itapemirim são de grande e real importância, porque além de retomar as cantigas e seus significados, é importante retomar das lembranças e documentos os nomes das pessoas que as cantavam: “O que cantavam? De que falavam suas cantigas? Onde moravam? Os jongueiros em Itapemirim estão reinventando o jongo e valorizando os antigos mestres, como o senhor Deneval e dona Geralda”.

Jongo, portanto, se conceitua também, em saberes que remetem à pessoas/personagens que estão nas lembranças e que, às vezes, foram deixadas ao esquecimento, conforme afirma Larissa de Albuquerque Silva, que é mestre em Ciências Sociais: “Jongo é o discurso desses mestres e mestras, que retratam suas histórias e as histórias e memórias de seus antepassados. É a demarcação da população negra e seus conhecimentos em seus territórios”, finaliza.

José Geraldo Oliveira Mion – Jornalista (DRT/ES 2.141-07)
Professor de Artes Visuais (UFES)
Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira (Fetremis)

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