O Sistema Único de Saúde (SUS) no Espírito Santo está expandindo os serviços de triagem neonatal, incluindo a identificação da toxoplasmose congênita no teste do pezinho para recém-nascidos. Esta adição foi estabelecida pela Lei nº 14.154 de 2021, do Governo Federal, que visa ampliar para 50 o número de doenças rastreadas pelo teste em todo o país.
Até o final do ano passado, o SUS já realizava a triagem para outras seis doenças: hipotireoidismo, fenilcetonúria; doença falciforme e outras hemoglobinopatias; fibrose cística; hiperplasia congênita de supra renal; e deficiência de biotinidase. Agora, a toxoplasmose congênita se junta a esse rol de doenças que podem ser detectadas precocemente, permitindo um diagnóstico e tratamento rápidos para reduzir o risco de complicações futuras.
A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo parasita Toxoplasma gondii, que pode ser encontrado nas fezes de gatos e outros felinos. Nos seres humanos, a doença é adquirida pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Quando uma mulher grávida é infectada pela primeira vez durante a gestação, a doença pode ser transmitida ao feto, causando a toxoplasmose congênita. Esta condição, assim como as demais doenças diagnosticadas através do teste do pezinho, pode não apresentar sintomas ao nascer, mas se não for tratada precocemente, pode levar a sérios danos à saúde da criança.
No Espírito Santo, em 2023, foram notificados 222 casos de toxoplasmose congênita, enquanto em 2022 foram 171. Como medida preventiva, o teste do pezinho pode ser realizado nas Unidades Básicas de Saúde entre o terceiro e o quinto dia de vida do recém-nascido. No caso de crianças que permanecem mais de 72 horas nas maternidades, o teste deve ser realizado no local.
Além disso, o Programa Estadual de Triagem Neonatal (PETN) da Secretaria da Saúde (Sesa) realizou capacitações para os profissionais de saúde que irão operacionalizar o novo processo de diagnóstico da toxoplasmose congênita. Essas capacitações foram conduzidas em parceria com a Vigilância Estadual Epidemiológica e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Vitória, totalizando 341 profissionais capacitados em todo o estado.
A toxoplasmose congênita é uma doença grave que pode resultar em complicações sérias para o bebê, como o óbito fetal ou neonatal, lesões oculares, surdez e microcefalia, entre outros problemas. Por isso, é fundamental um monitoramento atento durante o pré-natal, com a realização da triagem para toxoplasmose preferencialmente no primeiro trimestre de gestação, além de um amplo trabalho de orientação por parte dos serviços de saúde com as gestantes para prevenir novos casos.
A inclusão da toxoplasmose congênita no teste do pezinho é um avanço significativo na área da saúde pública, garantindo que todas as crianças tenham a oportunidade de um diagnóstico precoce e, consequentemente, um tratamento eficaz. Essa iniciativa reforça o compromisso do SUS com a prevenção e promoção da saúde dos recém-nascidos, oferecendo a eles a melhor chance de um crescimento saudável e qualidade de vida.
Fonte: Governo ES