O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus, defendeu em uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que não é viável avaliar se houve manipulação de jogo de futebol somente com base em relatórios de Inteligência Artificial (IA), como alegado pelo dono do Botafogo, John Textor.
Textor acusou jogadores do São Paulo de fazerem corpo mole na derrota do tricolor paulista para o Palmeiras, por 5 a 0, em outubro de 2023, prejudicando assim o Botafogo na corrida pelo título. A acusação foi embasada em uma análise da Good Game, empresa de IA que identificaria jogadas suspeitas, sugerindo possível corpo mole dos jogadores.
José Perdiz de Jesus e o procurador-geral da STJD, Ronaldo Botelho Piacente, concordaram que a análise da Good Game não é suficiente para comprovar a manipulação de resultados. Piacente ressaltou a importância de que um relatório como esse seja acompanhado por provas concretas, como quebra de sigilos, para comprovar a compra de jogadores ou dirigentes.
Um inquérito foi aberto para investigar a denúncia de Textor, com a oitiva de jogadores, árbitros e demais envolvidos. O presidente do São Paulo Futebol Clube, Julio Cesar Casaras, afirmou confiar em seus jogadores e recorreu ao Judiciário para que Textor prove suas acusações.
O relator da CPI, senador Romário, não identificou nada de estranho nos jogos em questão, enquanto o presidente da CPI, senador Jorge Kajuru, ameaçou banir Textor do futebol brasileiro caso ele não prove suas acusações.
Em seu depoimento à CPI em abril, John Textor apresentou um extenso relatório com dados sobre supostas irregularidades em jogos do Campeonato Brasileiro de 2022 e 2023, baseado em análises da Good Game que utilizam inteligência artificial para detectar possíveis manipulações.
Diante desses fatos, é importante que as acusações de manipulação de resultados sejam tratadas com cautela e que as provas apresentadas sejam sólidas e convincentes. A transparência e a ética devem guiar qualquer investigação nesse sentido, garantindo a integridade e a credibilidade do futebol brasileiro.
