Hanseníase: Saiba mais sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce
A Secretaria da Saúde (Sesa) alerta a população sobre os cuidados com a saúde para o enfrentamento e a prevenção da Hanseníase, doença contagiosa também conhecida como lepra. A enfermidade é infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, afetando principalmente a pele, os nervos periféricos, as mucosas do trato respiratório superior e os olhos. É essencial desmistificar a doença e informar a população sobre seus sintomas, causas e a importância do tratamento precoce.
Transmissão e Classificação
A Hanseníase é transmitida principalmente de pessoa para pessoa pelas vias respiratórias, embora o contágio seja relativamente baixo devido à resistência natural à bactéria. A transmissão ocorre mais frequentemente em locais onde há convívio prolongado e íntimo com uma pessoa doente não tratada. Ela pode ser classificada em dois níveis: Hanseníase paucibacilar (PB) e Hanseníase multibacilar (MB). Enquanto a PB não transmite a doença e apresenta duração de tratamento geralmente de seis meses, a MB, contempla os casos avançados em que as pessoas apresentam maior quantidade de lesões na pele, têm maior probabilidade de comprometimento neural, transmitem a doença e necessitam de tratamento com maior durabilidade, no mínimo de 12 meses.
Sintomas
Os sintomas da Hanseníase podem variar, dependendo do tipo da doença e da resposta imunológica do indivíduo. Uma característica marcante é a lesão nos nervos periféricos, levando à perda de sensibilidade em áreas específicas do corpo. Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele também são comuns, podendo estar acompanhadas de dormência, formigamento, principalmente nas mãos e nos pés, além de fraqueza muscular. É importante que o indivíduo observe em seu corpo áreas com diminuição dos pelos e do suor; caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Casos diagnosticados no Espírito Santo
O número de casos diagnosticados em 2022 foi de 394, e, em 2023, foi de 447 novos casos, segundo dados da Sesa divulgados em 17 de janeiro de 2024.
Tratamento e Prevenção
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e reduzir as chances de incapacidade física. O acesso à informação contribui significativamente para desfazer estigmas e promover a inclusão social das pessoas afetadas pela Hanseníase. Os testes regulares preventivos são realizados na Atenção Primária, sendo fundamental que a população busque a Unidade Básica de Saúde mais próxima para receber orientações essenciais sobre a doença e conduzir o tratamento, caso necessário.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e o acompanhamento dos pacientes com Hanseníase em Unidades Básicas de Saúde, não sendo necessário a internação. O tratamento medicamentoso é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina —, que são fornecidos pelo Ministério da Saúde e dispensados aos municípios do Espírito Santo. O Programa Estadual de Hanseníase é responsável por monitorar a situação epidemiológica da doença nos municípios e recomendar, executar e avaliar as atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos casos.
Ações da Sesa
A Secretaria da Saúde realizou, via plataforma Zoom, o “Webnário Conversando sobre Hanseníase”, destinado às equipes de coordenações da APS e responsáveis técnicos de Hanseníase, no dia 18 de janeiro. Nos dias 23, 24 e 25 de janeiro, a Sesa participou do evento “Janeiro Roxo”, promovido pelo Ministério da Saúde, em Brasília, onde foram realizadas discussão de estratégias de enfrentamento à Hanseníase e compartilhamento de experiências. Além disso, no dia 29 de janeiro, será realizada uma Sessão Iconográfica para a discussão de casos clínicos de hanseníase, no hospital Santa Casa de Misericórdia.
Conclusão
A Hanseníase é uma doença séria, mas com o tratamento adequado, é possível evitar complicações e garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes. O diagnóstico precoce é a chave para conter a disseminação da doença, reduzir o estigma e a discriminação. É fundamental que a população esteja ciente dos sintomas e busque atendimento médico o mais rápido possível ao apresentar qualquer sinal da doença. A informação é a melhor forma de combate à Hanseníase, e o apoio da comunidade é essencial para garantir que todos tenham acesso ao tratamento adequado.
Fonte: Governo ES