Os pesquisadores que atuam no Projeto de Pesquisa Viana Vacinada concluíram que, após a primeira meia dose da vacina AstraZeneca (Oxford/Fiocruz), aplicada no dia 13 de junho, 88% dos moradores de Viana que não haviam tido contato com o vírus da Covid-19 produziram anticorpos neutralizantes. Esse e outros dados colhidos até agora foram apresentados na última sexta-feira (1º) ao Ministério da Saúde (MS).
Após a segunda meia dose, a taxa de soroconversão de anticorpos neutralizantes que conferem proteção contra o novo Coronavírus foi de 99,8% dos indivíduos, semelhante à dose padrão. Outro dado do estudo aponta que, em pessoas que foram infectadas, uma meia dose similar à dose padrão é o suficiente para a produção de anticorpos.
O estudo também destacou que a frequência geral de reações foi semelhante com meia dose ou dose padrão. No entanto, a duração dos eventos adversos foi menor no grupo que recebeu meia dose. Considerando ainda as quatro semanas a partir de 14 dias após a segunda dose, a incidência de casos foi semelhante no grupo que recebeu meia dose e dose padrão em Viana.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, o Viana Vacinada é o maior estudo de meia dose em nível mundial. “Os resultados apresentados até o presente momento apresentam a esperança, a perspectiva de um rumo diferenciado na vacinação da população adulta em todo mundo e por isso interesses da própria Organização Mundial da Saúde (OMS) neles. Os resultados que nós temos apresentados têm, inclusive, suscitado a possibilidade de que a dose de reforço possa, caso os estudos confirmam essa perspectiva, também ser realizada com uma meia dose da vacina AstraZeneca”, apontou.
O diretor do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), Fabiano Ribeiro, destaca a importância da realização do estudo e os resultados preliminares apresentados. “O estudo já apresentou, em pouco tempo, resultados que podem ajudar o mundo a superar a pandemia. Demonstramos que a meia dose da vacina conseguiu ter resultados surpreendentes, com a indução de anticorpos neutralizantes em 99,8% dos participantes após a segunda dose, e que temos a possibilidade de dobrar o número de vacinados utilizando a meia dose”, disse.
Segundo a coordenadora da pesquisa, a médica Valéria Valim, os testes de imunidade celular e análises de efetividade estão em andamento e serão apresentados até dezembro. A próxima apresentação sobre os resultados do Viana Vacinada será para a OMS, enquanto as publicações científicas serão feitas em dezembro.
A reunião foi realizada na Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde, juntamente com representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da OMS, da Secretaria da Saúde (Sesa), do ICEPi, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes/EBSERH) e da Prefeitura de Viana, todas entidades que colaboraram na viabilização do estudo.
Participaram da reunião em Brasília-DF o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes; o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin; a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Imunopreveníveis, Danielle Grilo; o diretor do ICEPi, Fabiano Ribeiro; o prefeito de Viana, Wanderson Bueno; a secretária municipal de Saúde, Jaqueline Jubini; a professora da Ufes e coordenadora do estudo, Valéria Valim; e o professor Lauro Ferreira da Silva Pinto Neto.
Entenda o projeto
O Projeto Viana Vacinada é um estudo científico denominado “Efetividade, Segurança e Imunogenicidade da Meia Dose da Vacina ChAdOx1 nCoV-19 (AZD1222) para Covid-19”, que tem o intuito de avaliar a capacidade da meia dose da vacina AstraZeneca (Oxford/Fiocruz) reduzir o número de casos de Covid-19 na cidade de Viana, que fica Região Metropolitana da Grande Vitória.
Com a execução do projeto na cidade e o empenho do Governo do Estado, por meio do Plano Estadual de Vacinação Contra a Covid-19, em garantir imunização à população capixaba, Viana alcançou a marca de 100% da população vacinada com a primeira dose.
O estudo é coordenado por equipes de pesquisadores do Hucam-Ufes/EBSERH e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O projeto foi aprovado no Comitê de Ética do Hucam-Ufes, pela Comissão Nacional de Ensino e Pesquisa (Conep) e será executado por meio de uma parceria entre o Ministério da Saúde (MS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Fiocruz, Hucam-Ufes, Secretaria da Saúde (Sesa), por meio do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), e Prefeitura de Viana.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Kárita Iana / Luciana Almeida / Thaísa Côrtes / Danielly Schulthais/ Ana Cláudia Santos
asscom@saude.es.gov.br
Coordenadoria de Comunicação em Saúde – Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi)
Gabriel Torobay / Mayra Scarpi
icepi.comunicacao@saude.es.gov.br
Fonte: Governo ES