O escritor moçambicano Mia Couto, apontado como um dos grandes escritores da atualidade, se manifestou contra o movimento revisionista. Ele deu declarações à revista Veja.
– Sempre que tentam fazer isso, o resultado é desastroso para a arte da escrita. Uma vez, em visita à Alemanha, fui chamado por uma editora que estava traduzindo um livro meu. Na história, um capitão português que vive no ano de 1890 chama um africano de preto em um dos diálogos. Era a forma dele, colonial, de se expressar. Havia um contexto. Mas o tradutor alemão insistiu que não poderia usar aquele termo. Eu então perguntei qual seria sua sugestão. E veio a resposta: “Use um ‘excessivamente pigmentado’ no lugar de preto” – falou.
Couto disse ainda que não aceitou a sugestão.
– Achei um absurdo total, até porque este “excessivamente pigmentado” embute uma subjetividade que também pode resvalar em preconceito. A moda do revisionismo gera situações ridículas, que acabam por fragilizar o movimento da diversidade e da inclusão — este, sim, sério e respeitável – comentou.
Mia Couto deu declarações à Veja
Para ele, o revisionismo é uma modalidade de censura.
Mia Couto Foto: EFE/Quique Garcia
Escritor critica revisionismo guiado pelo politicamente correto: “Censura”
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