A segurança nas escolas do Espírito Santo continua pautando os trabalhos da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente. O colegiado se reuniu nesta terça-feira (25) com representantes do Sindicato das Escolas Particulares do Espírito Santo (Sinepe-ES) e da Associação de Pais de Alunos do Estado do Espírito Santo (Assopaes) para debater as ações que vêm sendo adotadas por instituições de ensino da iniciativa privada para garantir mais segurança nas escolas.
Passados cinco meses desde o ataque armado em duas escolas de Aracruz, no norte capixaba, e diante do crescente medo de que novas agressões aconteçam, as escolas particulares ainda não contam com uma estratégia para coibir ações violentas e esperam pelo plano de segurança anunciado pelo governo estadual específico para garantir a segurança dos alunos em escolas públicas e privadas do estado.
Segundo o presidente do Sinepe-ES, Bruno Loyola Del Caro, as medidas serão anunciadas no Palácio Anchieta, no dia 27 de abril, às 10 horas, conforme informação recebida durante reunião com o secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo.
“Tão logo tivemos acesso a essas informações preliminares, começamos a informar as instituições. Ainda não temos um plano voltado para isso nas escolas particulares, tendo em vista que cada unidade é uma unidade, cada localidade é uma localidade. Montar uma estratégia para todo o segmento, a gente ainda não tem isso contratado”, apontou Del Caro.
O representante das escolas particulares alegou que embora haja espaço para diálogo com o governo capixaba, o sindicato não participa das decisões tomadas e que, por causa disso, as unidades particulares de ensino seguem as diretrizes adotadas pelo poder público.
“Não estamos fazendo parte do processo [de construção do plano de ação], mas estamos acompanhando. Entendemos que temos segurança pública, segurança especializada e acreditamos que o governo vai entregar isso para a sociedade no dia 27”, declarou em referência ao plano de segurança anunciado pelo governo estadual.
O presidente da comissão, deputado Alcântaro Filho (Republicanos), disse que é necessário um programa preventivo a médio e longo prazo e que alcance crianças e adolescentes. O parlamentar cobrou do governo estadual celeridade na construção do plano e alegou que é necessário buscar a causa da violência além dos muros das escolas, seja dentro das famílias ou nas comunidades.
“Situações emergenciais muitas vezes precisam de remédios amargos. Que o governo apresente medidas concretas urgentes para que a gente possa pacificar o ambiente escolar e acalmar as famílias. (…) Tenho encontrado um ambiente de muita evasão escolar promovida pelos pais, uma vez que não encontram da parte do Estado no ambiente uma segurança para que seus filhos possam ir à escola”, apontou Alcântaro Filho.
Saúde mental
Durante o encontro, a deputada Camila Valadão (Psol) falou sobre a importância de garantir suporte contínuo de saúde mental no ambiente escolar:
“Não por entender que a escola tem que virar uma clínica, mas na escola aparecem muitas questões que estão vinculadas à saúde mental. Se trata de uma ponte e de uma atenção com a proteção psicossocial e essa temática acabou ganhando mais relevância nesse contexto de violência nas escolas. A inserção desses profissionais na escola nos possibilita um cenário de acolhimento e não só na perspectiva de acompanhar jovens e adolescentes, mas um espaço de promoção da vida. Que a gente possa fazer mais investimentos, mas que esses investimentos sejam assertivos “, avaliou Camila.
A atenção com a saúde mental dentro desses locais é uma preocupação constante para os pais, afirmou a representante da Assopaes, Maria Aparecida de Araújo. “É muito necessário porque eles [os alunos] estão abalados psicologicamente. Não estão seguros nem estimulados para estarem em sala de aula. Quando a gente pensa na segurança, o caminho é esse”, declarou.
Grupo de trabalho
A criação de um grupo de trabalho no Legislativo para tratar do tema foi lembrada por Camila Valadão. A parlamentar informou que o presidente do Legislativo, deputado Marcelo Santos (Podemos), anunciou a criação do grupo que será formado por parlamentares de diferentes comissões temáticas da Casa relacionadas à questão. “(…) uma excelente iniciativa, levando em consideração que o Legislativo também deve ser protagonista nessa pauta, articulando as diferentes comissões, cada uma dentro da sua prerrogativa, mas tentando criar um espaço de convergência” declarou.
Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente recebeu sindicato das escolas particulares e associação de pais de alunos para tratar da segurança nas escolas
Escolas e pais de alunos debatem segurança
Fonte: Assembleia Legislativa do ES.
Para mais informações sobre a Assembleia Legislativa do ES acesse o site da ALES
Escolas e pais de alunos debatem segurança