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Em viagem pela América Latina, chanceler iraniano emite instruções a seus aliados latino-americanos

O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, chegou à Venezuela no início de uma viagem pela América Latina que também o levará à Cuba e à Bolívia. Ele foi recebido pelo seu homólogo chavista, Jorge Arreaza.

O Ministro das Relações Exteriores do Irã fará uso da ocasião para propiciar a Teerã embarcar em uma ofensiva diplomática a fim de fortalecer sua posição de influência junto a seus aliados latino-americanos.

“Cada visita de alto nível aprofunda nossa aliança estratégica, nossa irmandade”, tuitou o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, em 4 de novembro, após dar as boas-vindas ao seu homólogo iraniano ao chegar ao país sul-americano.

“A Venezuela e o Irã mostraram solidariedade e coragem diante das agressões”, acrescentou Arreaza, em uma aparente referência às sanções dos EUA contra os dois países.

A las 3:45am de hoy recibimos al hermano Canciller de #Irán @JZarif. Cada visita de alto nivel profundiza nuestra alianza estratégica, nuestra hermandad. #Venezuela e #Irán han demostrado solidaridad y coraje ante las agresiones. Cumpliremos una intensa agenda durante su estadía. pic.twitter.com/cPSlIjEaCE

— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) November 4, 2020

Os lados vão discutir formas de “aprofundar as relações estratégicas de cooperação bilateral” durante a visita de Zarif, segundo a agência de notícias venezuelana AVN.

Apoio à ditadura madurista

Nos últimos meses, o Irã tem sido o principal apoiador econômico da ditadura socialista de Nicolás Maduro, cujo governo acabou desperdiçando a infraestrutura da estatal petrolífera que durante décadas foi a principal fonte de receita da Venezuela.

Os iranianos também tentaram, sem sucesso, reanimar as operações da Petróleos de Venezuela (PDVSA), com resultados decepcionantes. A mais recente explosão nas instalações da refinaria de Amuay da PDVSA é o exemplo mais recente do fracasso dessa cooperação técnica.

Também chegaram gasolina e comida do Irã à Venezuela. O regime de Maduro pagou pela assistência iraniana com as reservas de ouro do país. Mas também se suspeita que foi pago com reservas de outros minerais, usados ​​na fabricação de armas.

O Subsecretário de Estado para Assuntos Hemisféricos dos EUA, Michal Kozak, alertou no Twitter sobre os perigos das relações entre os regimes venezuelano e iraniano.

“Que dia intenso para o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Zarif e Jorge Arreaza– Ocupados comparando as melhores práticas para reprimir seus cidadãos? Como roubar e desperdiçar os recursos de seu povo? Ou foi mais para espalhar o terrorismo pelo mundo?”, escreveu ironicamente Michael G. Kozak, em 4 de novembro.

What an intense day for Iran Foreign Minister Zarif and @Jarreaza– Busy comparing best practices in repressing their citizens? How to plunder & squander the resources of their people? Or was it more about spreading terrorism across the globe? https://t.co/mvgvNvREkJ

— Michael G. Kozak (@WHAAsstSecty) November 4, 2020

Relatórios de inteligência recentes detalham a possibilidade de que a Venezuela seja um país receptor de mísseis balísticos desenvolvidos pelo Irã. As denúncias a esse respeito, feitas pelo Presidente colombiano Iván Duque, foram praticamente corroboradas pelo próprio Maduro.

O ditador venezuelano se referiu nas últimas semanas ao desenvolvimento de um moderno sistema de armas em cuja implementação o Irã participará. Ele até disse que comprar mísseis iranianos seria “uma boa ideia”.

Além disso, relatórios detalhados foram levantados sobre como o grupo terrorista libanês Hezbollah, que é controlado e financiado pelo Irã, mantém extensas operações na Venezuela que lhe fornecem renda. Essas operações também incluem o tráfico de cocaína.

Os dois países também mantêm uma troca secreta por meio de uma ponte aérea apoiada por companhias aéreas controladas pelos regimes de Caracas e Teerã.

Tour internacional

O diplomata persa agora também tem mais um novo parceiro na América do Sul, o presidente eleito da Bolívia, Luis Arce. Na Bolívia, ele participará da cerimônia de posse de Arce, e depois viajará a Cuba.

Zarif expressou a disposição do Irã em restaurar os laços bilaterais com a Bolívia em um nível perfeito, esperando que ambas as nações melhorem as relações de acordo com os interesses mútuos.

Em uma reunião com o enviado do Irã à La Paz no sábado, Arce disse que pressionaria pela expansão das relações entre a Bolívia e o Irã depois de formar seu governo. E destacando a amizade entre as duas nações, ele expressou sua vontade de que o Irã continue apoiando a Bolívia nas áreas técnica, científica e industrial.

Luis Arce também afirmou “a sólida posição de seu país no apoio à causa palestina em todos os fóruns internacionais e locais”, segundo a agência de notícias palestina Wafa.

Com informações, La Razón.



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Editor
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Roberta Carvalho editora do Portal Maratimba

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