Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra o pastor José Acácio Serere Xavante (Patriota), cacique da etnia xavante, de 42 anos, dizendo que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não tomará posse do governo. Também questiona a lisura do sistema eleitoral brasileiro e chama o PT de “quadrilha”.
A fala antecedeu o discurso que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez a apoiadores, na 6ª feira (9.dez.2022), no Palácio da Alvorada –0 1º depois de perder a eleição.
Assista (2min15s):
BOLSONARO, BRASÍLIA E OS PATRIOTASCacique Cererê diz que Lula não sobe a rampa!!!– Roubaram nossos votos– PT é quadrilha – Eles não podem tomar nosso país pic.twitter.com/wY2LNwMQ0O
— Regina Almeida 🇧🇷🇵🇹 (@Regina23Almeida) December 9, 2022
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“PT é quadrilha. Eles não podem tomar o nosso país. (…) Lula ladrão. Lula não vai subir a rampa, não vai tomar posse”, disse na 6ª feira (9.dez).
O cacique foi preso temporariamente na 2ª feira (12.dez) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Eleitoral), atendendo a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).
Em processo que corre em sigilo, Moraes afirmou que Serere Xavante praticou condutas ilícitas em ato contra a vitória de Lula. O indígena teria convocado pessoas armadas a impedir a diplomação de candidatos eleitos. Também teria ameaçado os ministros Luís Roberto Barroso e Moraes de agressão e perseguição.
No vídeo acima, o xavante ainda criticou Moraes e questionou o resultado das eleições.
“O poder emana do povo, não de um ministro corrompido (…). Tirou Lula da cadeia para roubar nossos votos. Houve crime eleitoral. Houve violação das urnas, censura, perseguição do nosso povo trabalhador. Perseguição dos caminhoneiros e perseguição aos empresários, prisão a deputado e perseguição ilegalmente de agricultor”, falou.
“Nosso querido irmão Bolsonaro, nós confiamos no senhor. Nós acreditamos no senhor. O senhor é a nossa esperança”, concluiu Serere, ovacionado pelos presentes.
REINCIDENTE
Essa não foi a 1ª vez que o indígena fez discursos com teor antidemocrático. Em 30 de novembro de 2022, o cacique foi filmado em ato contra a vitória de Lula em frente ao Congresso Nacional. Na ocasião, disse que arrancaria Moraes do STF “pelo pescoço”.
Assista (7min39s):
- Cacique Serere grava na sede da PF e pede fim de conflitos
PROTESTOS
Em protesto contra a prisão de Serere Xavante, apoiantes de Bolsonaro tentaram invadir a sede da PF (Polícia Federal), em Brasília, e depredaram carros e ônibus na noite de 2ª feira (12.dez). Os atos de vandalismo foram registrados nos arredores do prédio da corporação, perto de shoppings e hotéis.
- Veja fotos e vídeos dos protestos contra a prisão de indígena
- Atos de vandalismo em Brasília são “absurdos”, diz Pacheco
No GIF acima, decks de madeira são vistos em chamas ao lado do letreiro “EU AMO BRASÍLIA”, na frente da Torre de TV
O Poder360 identificou ao menos 7 pontos de vandalismo nos arredores da sede da PF.
No GIF acima, decks de madeira são vistos em chamas ao lado do letreiro “EU AMO BRASÍLIA”, na frente da Torre de TV
- 1 – trecho da W5 Norte, em frente uma delegacia da Polícia Civil;
- 2 – estacionamento do Shopping ID;
- 3 – terreno usado como estacionamento atrás dos hotéis B Hotel e Mercure;
- 4 – estacionamento do Brasília Shopping;
- 5 – estacionamento em frente à nova sede da Polícia Federal;
- 6 – estacionamento em frente ao Garvey Hotel;
- 7 – estacionamento atrás da nova sede da Polícia Federal.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos foram incendiados pelos bolsonaristas. Assista (3min6s):
Nos GIFs acima, ônibus incendiados em 2 pontos de Brasília.
SEGURANÇA DE LULA
Em reação aos atos de vandalismo, a PM do Distrito Federal cercou o Meliá, hotel onde Lula está hospedado em Brasília. O Poder360 contou cerca de 50 agentes na parte de fora do edifício, 12 viaturas e 8 motos. Em dias normais, local tem uma ou duas viaturas.
O Poder360 também apurou que a equipe responsável pela segurança do presidente eleito avaliou retirá-lo do hotel. Porém, por ora, o petista segue hospedado no local.
Em entrevista a jornalistas no CCBB, sede do governo de transição, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, informou que protestos não colocaram o presidente eleito em risco.
Assista (24min20s):
Em discurso, cacique Serene diz que Lula “não sobe a rampa”
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