Ao anunciar a prisão preventiva de um suposto ladrão de celulares, o juiz José Gilberto Alves Braga Júnior, da comarca de Jales (SP), fez uma digressão e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relativa o furto de smartphones no país. A declaração ocorreu no último sábado (22), durante audiência de custódia, segundo informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
– Os elementos colhidos até o momento revelam que o autuado incorreu no crime de furto qualificado. (…) Talvez o furto de um celular tenha se tornado prática corriqueira na capital, até porque relativizada essa conduta por quem exerce o cargo atual de presidente da República, mas para quem vive nesta comarca, crime é crime, e não se pode considerar como normal e aceitável a conduta de alguém que subtrai o que pertence a outrem – declarou Braga Júnior.
O suspeito em questão foi preso em flagrante em uma lanchonete, acusado pela dona da loja de furtar o seu celular, que no momento estava sendo usado por suas filhas. Para o juiz, é necessário manter a prisão do homem por considerar que ele coloca “em perigo a sociedade”.
Ainda durante a sua decisão, Braga Júnior fez menção à Bíblia, destacando que os dez mandamentos “esculpidos nas Tábuas das Leis” trazem “regras para a vida”, orientando: “não matarás e não furtarás”.
Advocacia-Geral da União afirmou que acionará o Conselho Nacional de Justiça contra o magistrado
Depois da repercussão da fala sobre Lula, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que acionará o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz por disseminar notícia falsa. O órgão, comandado por Jorge Messias, defende que o presidente nunca endossou o roubo de celulares e frisou que falas nesse sentido tratam-se de edições feitas na internet.
Presidente Lula Foto: PR/Ricardo Stuckert
Em audiência, juiz diz que Lula relativiza furtos no país
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