Eliezer é eleito presidente da Câmara de Piúma, o grupo de Fabricio se abstém de voto

Uma manobra entre os vereadores elegeu o vereador Eliezer Dias para presidente da Câmara de Piúma, entretanto, parece que não é ainda o fim da ‘novela’

A Câmara de Piúma elegeu na noite desta quarta-feira, 27, a nova mesa diretora que tomará posse em 01 de janeiro, para o biênio 2023 – 2024, se o quadro político não tiver mais uma surpresa e reviravolta. O vereador Eliezer Dias Freire (PMN) foi eleito presidente, Jorge Miranda (PMB) para vice-presidente e Bruno Freitas, Cidadania, ficou como secretário da Mesa.
Apenas uma chapa se inscreveu, enquanto o vereador Fabrício Taylor e seu grupo, eleito na eleição do dia 08 de junho, preferiu se abster, afirmando que vão aguardar a decisão da magistrada Serenuza Marques Chamão, em relação a ação que corre na Comarca de Piúma.
Vale destacar que havia dois requerimentos, um protocolizado no dia 26 de julho e outro no dia 27, na Casa onde os vereadores Fabricio Taylor (Cidadania), Fernanda Taylor (Solidariedade), Bernadete Calenzani (Patriota), Daniel Etcheverry (PTB) e Elber Luiz (PMN) solicitaram em síntese a nulidade da eleição da Mesa Diretora biênio 2023-2024, nesta quarta.
De acordo com o presidente da Câmara, José Carlos de Araújo (PSDB), os protocolos não pediam urgência, mas, por se tratar que a eleição, estava marcada para ocorrer ontem e o requerimento era referente a pauta, ele deu celeridade, pegou o parecer da procuradoria e tornou público tanto à Mesa Diretora quanto ao Plenário, presentes e internautas.
José Carlos ressaltou que, por se parecer muito um requerimento com o outro, tanto dos pedidos quanto das fundamentações foram respondidos, simultaneamente, em razão do princípio da celeridade. Nos requerimentos, os vereadores pediram a anulação da eleição porque, segundo suas justificativas, o presidente assinou sozinho a convocação, sem os outros membros da Mesa Diretora.
O presidente explicou que, ao contrário do que afirmaram os vereadores nos requerimentos, a Mesa é um órgão diretivo da Câmara Municipal, e o presidente reúne todas as prerrogativas, autoridades e competência, assegurados pela Lei Orgânica e o Regimento Interno da Casa, conforme o Art. 66 que diz que: Cabe ao presidente, além de outras atribuições estipuladas no Regimento Interno; dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da Câmara.
Oportunamente, José Carlos citou ainda o art. 72 dispõe que, a convocação extraordinária da Câmara Municipal de Piúma far-se-á: I- pelo seu presidente durante a sessão legislativa ordinária, e, o art.32 dispõe que, compete ao presidente da Câmara Municipal, além de outras atribuições expressas neste regimento – 1, quanto às sessões da Câmara convocá-las e presidí-las. 2, suspender quando não puder manter a ordem, ou encerrá-las se as circunstâncias exigirem. “Neste eito, importante destacar a decisão proferida pelo do Agravo de Instrumento nº5.0062950320228080000 perante ao egrégio Tribunal de Justiça do ES que reconheceu, em sede liminar, as prerrogativas do presidente nesta casa de Leis em convocar as eleições da Mesa Diretora no âmbito deste poder”, citou.
Embasado na liminar do TJES e no parecer da procuradoria da Câmara, o presidente realizou a Sessão que elegeu Eliezer Dias. Contudo, pelo andar da carruagem, tudo indica que esta eleição ainda renderá outros capítulos, uma vez que os vereadores, Fabricio, Fernanda, Elber, Daniel e Bernadete se abstiveram de votar, justificando que ainda aguardam a decisão da justiça na Comarca de Piúma.
“Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, no judiciário e público, então só falarei depois da decisão final. Não é só o processo da presidência, tem outras coisas em paralelo. Há um processo, ainda, a ser julgado, aqui com a Serenusa foi apenas uma liminar, no TJ-ES também, a resposta sobre ontem só teremos após decisão judicial’, assegurou o vereador Fabricio Taylor.
A vitória de Elizer mostrou habilidade do grupo político que acabou trazendo para compor na chapa dois vereadores do grupo do prefeito, Jorge Miranda e Bruno Freitas, ainda montaram a chapa com aliados do prefeito e do ex-prefeito Samuel Zuqui. “Graças a Deus foi uma sessão tranquila que seguiu o rito determinado pelo desembargador e a presidência chegou natural, sem pressão, sem atropelos, e o grupo entendeu que eu, com minha experiência parlamentar, estou preparado para dar continuidade aos trabalhos da Câmara no biênio 23 e 24. Será uma nova etapa, um novo desafio e, irei trabalhar com muito foco, determinação e transferência para que a sociedade possa ser representada da melhor maneira possível’, salientou Eliezer.
José Carlos falou rapidamente sobre o resultado da eleição. “Sou novo no mandato, mas com o tempo suficiente para aprender que na política é preciso ser habilidoso, é preciso diálogo e reconhecer o valor de cada um. Foi com esse pensamento que construímos um grupo sólido e com grandes possibilidades de avançar na política municipal”, frisou.