O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta 6ª feira (23.set.2022) que é preciso colocar um “ponto final” em abusos cometidos por “outro Poder” público. Sem mencionar o STF (Supremo Tribunal Federal), criticou supostas ameaças à liberdade da população. Também disse que, caso reeleito, indicará para a Corte 2 ministros que sejam contrários à legalização do aborto.
“O Brasil é um país livre. Vocês sabem que vocês estão tendo cada dia mais a sua liberdade ameaçada por um outro Poder, que não é o poder Executivo. E nós sabemos que devemos botar um ponto final neste abuso que existe por parte de outro Poder”, declarou durante comício em Divinópolis (MG).
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O chefe do Executivo é crítico da atuação do STF. Em entrevista ao apresentador Sikêra Jr na 5ª feira (22.set), Bolsonaro disse que não há “relação” com o Supremo e que a Corte “interfere demais e atrapalha muito o destino” do país. Segundo ele, os ministros são “radicalmente” contra as ações de seu governo –com exceção dos integrantes que indicou em seu mandato.
No comício desta 6ª feira (23.set), ao defender a chamada pauta de costumes, afirmou que em seu governo não se discute a questão do aborto e que indicaria ministros para o STF com a mesma opinião. Em 2023, os ministros Ricardo Lewandowski, em maio, e Rosa Weber, em outubro, vão se aposentar ao completar 75 anos. Com isso, o presidente eleito em 2022 deverá indicar 2 nomes para as vagas que serão abertas.
“Pode ter certeza, em eu sendo reeleito esses 2 [ministros] que vão para lá [Supremo Tribunal Federal] jamais serão favoráveis ao aborto também”, disse.
Em 2º lugar nas pesquisas, Bolsonaro também fez críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera a corrida eleitoral pelo Planalto. Ele chamou o petista de um “ladrão da República”. O chefe do Executivo também repetiu que vencerá as eleições no 1º turno, marcado para 2 de outubro.
- A 9 dias da eleição, vantagem de Lula varia de 3,7 a 16 pontos
“Nós somos a maioria, nós venceremos em 1º turno. Não existe eleição sem povo nas ruas. A gente não vê nenhum dos outros candidatos fazendo um comício sequer que se aproxime a 10% do povo que tem aqui. Democracia é a vontade do povo. Democracia é o candidato, é o presidente manter sua lealdade para com seu povo”, disse.
Antes do comício, o presidente participou de motociata com apoiadores. Ele estava acompanhado do seu candidato a vice-presidente, general Braga Netto (PL). No palanque, Bolsonaro também divulgou a candidatura de Cleitinho Azevedo (PSC) ao Senado em Minas Gerais, que está à frente nas pesquisas de intenção.
“Em Minas Gerais, a gente tem aqui o Cleitinho candidato ao Senado. Alguns acham que até pouco tempo ele era um pouco radical. Eu era meio parecido com ele lá atrás. A gente muda, a gente melhora, a gente aprende. E o Cleitinho é uma pessoa que está aprendendo, está mudando e fará muitas coisas boas ao nosso lado”, disse.
PODERDATA
Pesquisa PoderData realizada de 18 a 20 de setembro mostra quadro de estabilidade nas intenções de voto para a sucessão presidencial com variação mínima nos últimos 7 dias. De acordo com o levantamento, no 1º turno, Lula tem 44% e Bolsonaro, 37%.
O petista oscilou 1 ponto percentual para cima na comparação com a última semana. Está 7 p.p. à frente de Bolsonaro, que registrou estabilidade no mesmo período.
Os números reafirmam a tendência de que a disputa vá para o 2º turno. Em um eventual 2º turno, o candidato petista tem 50% das intenções de voto ante 42% do atual presidente em um confronto direto.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360Jornalismo, com recursos próprios. Os resultados são divulgados em parceria editorial com a TV Cultura. Os dados foram coletados de 18 a 20 de setembro de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.500 entrevistas em 301 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-00407/2022.
Devemos botar ponto final no abuso de outro Poder, diz Bolsonaro
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