Os prefeitos de Vitória, Luciano Rezende (Cidadania), e de Vila Velha, Max Filho (PSDB), afirmaram que vão aguardar uma decisão em conjunto com o governo do Estado para definir medidas extremas de controle do novo coronavírus, como o lockdown.
Luciano Rezende e Max Filho destacaram o fato dos municípios fazerem parte da Grande Vitória, uma região adensada e com um fluxo de pessoas muito intenso. Por isso, uma decisão por lockdown individual, por parte de um ou outro município, ser inviável.
“Temos um aglomerado de duas milhões de pessoas na Grande Vitória, que funciona quase como um bloco urbano. Então, uma medida tomada numa cidade ou em outra só vai ter efeito se tomada em bloco. Os prefeitos já entenderam isso, o governo do Estado também. Estamos conversando o tempo todo, semanalmente, e monitorado as medidas”
Max Filho concordou com o colega e afirmou que os municípios devem seguir o que está sendo definido pelo governo do Estado.
“Entendo que nós não podemos tomar essa decisão de forma unilateral. Se o governo do Estado decretar o lockdown, estaremos juntos. Se está abrindo shoppings, com os cuidados e recomendações, estaremos juntos também para auxiliar na fiscalização. O que não dá é o poder que tem a gestão dos hospitais e das vagas de internação não decretar o lockdown e esperar que os municípios decretem”
“OPERAÇÃO DE GUERRA”
Em outro momento da entrevista, o prefeito de Vitória questionou os pedidos de que os municípios decretem o lockdown e retirem as pessoas da rua. Luciano Rezende afirmou se tratar de uma decisão complexa e que exigiria a participação de todos, inclusive das forças policiais, dentro do que chamou de “operação de guerra”.
“Decretar é só escrever num papel e publicar no Diário Oficial. Agora, vamos executar esse lockdown? Como? Se isso não for uma medida tomada pelo governo do Estado e todos os municípios na Grande Vitória, é impossível de ser cumprido […] Ou esse conglomerado pára de uma vez só, todos juntos e de forma organizada, com força policial, obstrução de vias. Por exemplo, nessas avenidas não vai circular ninguém: Dante Michelini e Reta da Penha, em Vitória, Champagnat, em Vila Velha, Expedito Garcia, em Cariacica. Nenhuma dessas vai ter circulação, a não ser a pessoa que passa pelo bloqueio policial e da guarda mostrando a carteirinha que está indo para o hospital. E isso não é uma coisa simples de ser executada. Não pode ser feita por um município sozinho. Isso é uma operação de guerra, que envolve força policial, corpo de bombeiro, exército, marinha e aeronáutica. Como um município vai mobilizar isso?”, questionou.
Durante a entrevista, o prefeito de Vitória ainda disse que os chefes do Executivo da Região Metropolitana devem se reunir com o governo do Estado nesta semana para a discussão de novas medidas.
Nesta terça-feira (2), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, havia afirmado que os prefeitos são autônomos e poderiam decretar risco extremo, como já feito por chefes do Executivo municipal no interior.
FONTE:agazeta.com.br