A TV Globo realizou na noite desta 3ª feira (27.set.2022) um debate entre os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul. O debate foi marcado principalmente por críticas ao ex-governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB) –que renunciou ao cargo quando ainda avaliava concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSD.
Além de Leite, também estava presente o ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (PL). Ele foi criticado pela relação com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
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No debate, também estavam presentes os seguintes candidatos:
- Edegar Pretto (PT);
- Luiz Carlos Heinze (PP);
- Vieira da Cunha (PDT);
- Roberto Argenta (PSC);
- Ricardo Jobim (Novo);
- Vicente Bogo (PSB).
Leia as principais falas dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul durante debate transmitido pela TV Globo:
Eduardo Leite
O ex-governador do Estado foi o que mais recebeu críticas durante todo o programa. Eduardo Leite oficializou sua renúncia ao cargo em 31 de março de 2022, quando mantinha conversas com o PSD sobre concorrer à Presidência da República pela sigla.
O candidato do PSDB também fez críticas, em especial a Onyx Lorenzoni. Disse lamentar que ele foi ao debate “lendo” o que a assessoria preparou.
Ao ser acusado de ter desviado supostos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), Leite respondeu a Onyx que a denúncia se tratava de uma “armação eleitoral” por parte do rival.
Além disso, o ex-governador também foi criticado pelos outros candidatos pela dívida do Rio Grande do Sul. “A dívida que o Estado acumulou ao longo do tempo é dos gaúchos”, afirmou.
Em 20 de junho de 2022, o presidente Bolsonaro homologou o Plano de Recuperação Fiscal do Rio Grande do Sul. O plano permite que o Estado volte a pagar a dívida de maneira escalonada e que o governo contrate operações de crédito com garantia da União.
Apesar das críticas, Leite lidera as pesquisas de eleitorado no Estado. De acordo com pesquisa Ipec (ex-Ibope) divulgada na 2ª feira (26.set.2022), O ex-governador tem 38% das intenções de voto no 1º turno, seguido de Lorenzoni, com 25%. Dez pontos percentuais à frente do 3º colocado, o petista Edegar Pretto, que tem 15%. Brancos e nulos somam 4% e 8% não sabem ou não responderam.
Onyx Lorenzoni
O ex-ministro foi o que mais fez ataques a Leite. Mesmo tendo a oportunidade de fazer críticas ao candidato do PT, preferiu direcioná-las ao ex-governador.
Disse que Leite colocou as contas do Estado em dia com dinheiro enviado pelo governo federal, o que, segundo ele, é algo que o candidato do PSDB “faz questão de esquecer”.
Também o acusou de pegar “carona” com Bolsonaro e depois o trair com “facas nas costas”. Chamou Leite de “o governador que renunciou aos gaúchos”.
Ao responder uma pergunta do petista Edegar Pretto, Onyx disse que, apesar de ter divergências com o PT (Partido dos Trabalhadores), reconhece que a sigla defende aquilo que acredita, “diferente de quem ilude, mente e engana”.
Pretto, em sua réplica, comparou Leite com o candidato do PL e disse que, mesmo com os atritos, se um deles ganhasse, o outro mudaria de lado. Onyx disse respeitar o petista e pediu respeito: “Não me misture com oportunista”.
Durante o programa, o apresentador chamou a atenção de Onyx por usar o celular –prática proibida durante o debate.
Edegar Pretto
O deputado estadual Edgar Pretto fez críticas a Leite, mas também ao governo de Jair Bolsonaro. Disse que os números que o tucano apresenta não correspondem à realidade. “Renunciou ao cargo mais importante que é governar o Estado”, afirmou.
Em pergunta sobre minorias a Onyx, Pretto disse que o candidato do PL faz parte de um governo que “expressa sempre ódio, rancor e revanchismo”, além de atacar a comunidade LGBT e a história de pessoas negras. O petista ainda acusou o ex-ministro de negar o desemprego e a fome.
Como uma de suas propostas, Pretto destacou o setor cultural, que, segundo ele, tem uma “importância extraordinária”. Disse que o Banrisul, o banco do Estado, deve financiar o setor cultural.
Luiz Carlos Heinze
O candidato do PP também fez críticas à gestão de Eduardo Leite por conta da dívida do Estado. Disse que o então governador renunciou e que afirmou ter deixado as contas em dia, mas, segundo Heinze, a fatura é “impagável”.
Heinze declarou ainda não concordar em vender o Banrisul “a preço de banana” e criticou o fato de o presidente do banco ter dobrado de salário. “O que nós temos que fazer é rever essa conta”, afirmou.
Vieira da Cunha
Vieira da Cunha, o candidato do PDT, disse ser a favor de utilizar instrumentos como isenção e benefícios fiscais para que o Rio Grande do Sul não perca mais espaço em relação aos demais Estados.
Também criticou a atual gestão do Estado. “A situação do Rio Grande do Sul é aflitiva, o que querem vender à opinião pública, aos gaúchos, que as contas foram saneadas, infelizmente, não bate com a realidade”, declarou.
Roberto Argenta
O candidato do PSC, Roberto Argenta, destacou a necessidade do desenvolvimento da infraestrutura no Estado. Sugeriu ainda que o Banrisul poderia incorporar o Badesul, a agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Disse que o banco precisa incentivar a geração de emprego, o que, segundo ele, é um dos seus objetivos principais.
Ricardo Jobim
Durante o programa, o consultor de hospitais e candidato do partido Novo, Ricardo Jobim, defendeu a pauta da saúde pública e, principalmente, o SUS (Sistema Único de Saúde).
Além disso, o candidato também falou sobre o regime de recuperação fiscal e disse que o plano poderia ter sido “melhor negociado”.
Vicente Bogo
Vicente Bogo, do PSB, disse ser “necessário” rever e avaliar a política de isenção fiscal. Também mencionou a questão da Educação, que afirmou depender de uma melhor articulação com os municípios do Estado.
Bogo também falou sobre a fome no Estado. Disse que miséria e fome caminhavam “juntas” e afirmou que resolver o problema da insegurança alimentar não era “tão difícil”.
Debate na Globo
O evento foi transmitido na TV Globo e pelo portal g1. A escolha dos candidatos foi definida conforme a Lei Eleitoral.
O debate foi dividido em 4 blocos:
1º e 3º blocos: candidatos fizeram perguntas sobre temas livres ao adversário;
2º e 4º: mesma dinâmica e questões com temas determinados, escolhidos por sorteio;
O último bloco também reservou espaço para as considerações finais de cada postulante.
Debate no RS é focado em críticas à gestão de Eduardo Leite
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