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Covid-19: procuradora propõe pacto para aumentar isolamento no ES

“Não sei o que falta para a população compreender que as pessoas estão morrendo. Não temos vacina. A vacina para nós hoje é obedecer às regras que foram colocadas pelos especialistas.” O desabafo é da Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado (MPES), Luciana Gomes Ferreira de Andrade, que defende a adoção de um pacto entre as instituições mais importantes do Espírito Santo, para reforçar na população a importância de obedecer ao isolamento social. O Estado atingiu, no último sábado (13), a pior taxa de isolamento já registrada durante a pandemia.

A proposta do Ministério Público é a adoção de um “Pacto Social” no Estado, mediado pela instituição, com a promoção de um esforço de toda a sociedade capixaba em favor da vida. Com mais de mil mortes já contabilizadas pela doença, Luciana afirma que o Estado “tem feito a sua parte”, mas depende de cada um pôr fim a pandemia.

“Se cada um de nós não nos atentarmos ao que é o certo, ao que a Organização Mundial de Saúde diz, realmente vamos entrar em um colapso. A nossa ideia é fazer uma grande audiência pública virtual. A gente pretende que seja nesta sexta-feira (19), mas talvez a gente estenda por mais dias. Estamos convidando lideranças religiosas, empresariais, comunitárias, os poderes, para que a gente, numa só voz, fale para a população que a gente deve obedecer ao isolamento social. Para quem sai, que seja para o estritamente necessário, mas que obedeça o uso da máscara. Essa ideia de uma só voz, um pacto, um combinado de que vamos obedecer essas regras, de que a gente vai se esforçar pelo outro e juntos vamos superar esse momento de pandemia”, afirmou Luciana.

“Não adianta ter um leito de UTI, porque não é certeza de que a pessoa vai sair de lá. Muitas pessoas têm tido sequelas. A gente ainda não sabe se há cura plena da doença, ela ainda é desconhecida. É tudo muito novo. A gente precisa se preservar. A gente pede, conclama a população: obedeça às regras!”, comentou Luciana

A procuradora ainda acrescenta. “O Ministério Público quer chamar a atenção para um pacto: que o poder público faça o seu trabalho, implemente leitos, forneça medicamentos, treine pessoas especializadas para combater a doença, mas cada um de nós precisa se engajar para mudar essa situação. Senão a pandemia não vai passar”.

O Espírito Santo ainda não tem nenhum município classificado como risco extremo. No último sábado (13), o governador do Estado, Renato Casagrande, informou, entretanto, que subiu para 37 o número de cidades classificadas com risco alto de transmissão. O novo mapa de matriz de risco incluiu Divino São Lourenço nesse cenário. Apesar disso, o feriado foi de muita movimentação nas praias e shoppings da Grande Vitória.

“Vai precisar o exército estar na rua, para levar as pessoas para casa? Porque a gente precisa da ação, do processo, da polícia, se cada um de nós pode se conscientizar e fazer o que tem que ser feito? Nós somos adultos, nós sabemos o que tem que ser feito. A criança não foi sozinha para a praia. Precisa que o Ministério Público proponha um processo? Reclame um lockdown? Que as pessoas sejam trancadas em sua casa para obedecer à regra? É algo tão simples. População, por favor, obedeça às regras. Não vai ter leito suficiente que dê conta, não vai ter remédio que cure”, apelou a Procuradora-Geral de Justiça do MPES.

FONTE:agazeta.com.br

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