Não há prazo definido para a retomada das aulas presenciais na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A suspensão das atividades, estabelecida para até o próximo dia 30, será prorrogada para uma nova data, acompanhando as medidas do governo do Espírito Santo em relação ao calendário estadual.
De acordo com o reitor Paulo Vargas, a universidade deverá acompanhar as medidas de controle da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) adotadas pelo governador Renato Casagrande, e ainda pelo município de Vitória.
“Assim que houver uma manifestação do governador, defino a nova data limite para a suspensão das atividades presenciais na universidade. Uma decisão que será submetida ao Conselho Universitário, posteriormente”, explicou.
Em relação ao calendário acadêmico do primeiro semestre de 2020, o reitor informou que ele será mantido, estando suspensas apenas as atividades presenciais.
“Existem outras atividades realizadas, com as limitações impostas pela pandemia, como orientação de trabalhos finais, de teses, de dissertações de mestrado, atividades de pesquisa. Existem várias atividades no âmbito acadêmico que não foram interrompidas”, assinalou.
A expectativa, segundo ele, é de que o calendário possa ser retomado ao final desta fase de isolamento social. “Ele pode ser estendido, readequado nos prazos para incluir a reposição das aulas. Vamos ter que acompanhar as próximas decisões da área de saúde, em relação à pandemia, para avaliarmos”, explicou.
Ele observa que a Ufes precisa continuar funcionando, destacando o papel social que possui, com pesquisas e trabalhos sendo desenvolvidos durante a pandemia. “É importante mobilizar os estudantes na discussão de vários temas, como iniciativas de apoio a prevenção e ao combate à Covid-19. Todos precisam colaborar e buscar soluções e a universidade é um centro de conhecimento e excelência”, ponderou.
PESQUISA
A universidade também avalia a realização de uma pesquisa com o corpo de alunos e professores sobre o período de isolamento social. De acordo com o reitor, a decisão de suspender as atividades presenciais sem o oferecimento de aulas à distância veio da constatação de que nem todos os estudantes estavam prontos para um novo modelo de aprendizagem.
Vargas relata que parte dos alunos da universidade não possui condições tecnológicas para uma educação à distância, que inclui internet adequada, equipamentos e espaço para estudar.
A pesquisa também deve avaliar ainda outras questões relacionadas à pandemia e ao isolamento social. “Qual a real percepção deles do isolamento social? Como estão lidando com a situação? Qual a disponibilidade e meios dos estudantes para participar de ações de ensino à distância? São algumas das questões que precisam de respostas”, pondera o reitor.
As informações vão ajudar a universidade após período crítico da pandemia passar. “Não se pode imaginar que tudo voltará a ser igual após o isolamento social. Talvez seja necessário adotar turnos, com revezamento, para não manter todos os alunos em sala de aula. Teremos que ter novas condutas para o convívio social. Questões que ainda estão sendo discutidas e que vão demandar muitas informações”, assinalou.
Fonte: agazeta.com.br